quarta-feira, 9 de abril de 2014

Amamentação: Tudo o que eu precisava saber antes de falhar com meus filhos mais velhos

Eu deveria saber que amamentar não é fácil, por muitas razões.

Nos dias de hoje, há solução artificial pra tudo, ou quase tudo o que envolve a maternidade. As vezes isso é bom, ajuda quem não está conseguindo naturalmente. Mas o capitalismo faz com que a mesma salvação de umas, seja o problema de outras...

Hoje em dia é fácil para uma mulher desistir da amamentação, pois ela encontra leite artificial, chupetas e mamadeiras - com preço super acessível - em quase todos os mercados e farmácias. Ela é incentivada a desistir por todos ao seu redor, inclusive pelo pediatra em muitos casos. 

Tudo o que eu precisava era ter insistido, e não ter ouvido a chuva de palpites embasados em NADA.

- O seio se fere nas primeiras vezes mas é normal, acontece com a maioria de nós. Alguém poderia ter me contado isso, daí eu ia parar de me sentir a criatura mais azarada do mundo, e que a amamentação só dava errado pra mim, e pro resto do mundo era fácil.

- O leite materno alimenta sim o bebê, desde o mais fominha até o que só quer saber de dormir. Aquele leite aguado que vemos ao apertar o mamilo é só o primeiro leite, serve pra matar a sede e é rico em sais minerais.
Já o segundo leite - que sai quando termina o primeiro - é rico em gordura, e enche sim o estômago do bebê. 
Por isso a importância de oferecer um peito a cada mamada, e deixar o bebê esvaziar o seio.

- A não ser por indicação do pediatra (desconfie daqueles que fornecem amostras de fórmula ou que as indicam mesmo sem o bebê perder peso), o leite materno é sim suficiente para o bebê até o sexto mês, e tudo o que for oferecido além disso, pode acabar atrapalhando a amamentação e impedindo que o bebê ingira o único alimento do qual ele realmente precisa.

- Nem sempre que o bebê vem ao peito, é fome. Eles tem necessidade de sucção, e essa necessidade deve ser satisfeita, preferencialmente, no seio. Só pra constar, a sucção acalma o bebê, o conecta na mãe, que é seu porto seguro, e ainda ajuda a aliviar as tão temidas cólicas... 
Nem sempre basta deixar o bebê limpo, aquecido e com a barriguinha cheia. Ele também precisa de colo e sucção.

- Sempre tem um pra dizer o quanto nosso leite é insuficiente, e não está sustentando... Bem, nossa confiança já é minada desde que vemos tantas mamadeiras e latas de fórmulas sendo vendidas por aí, daí vem o palpiteiro e diz isso, pronto, já é o primeiro passo para começarmos a pensar até que, por "capricho", estamos matando nossas crias de fome. 
Nessas horas, é bom lembrar que leite materno é feito especialmente para o bebê, e leite de vaca é para bezerros (e só deve ser administrado a bebês sob orientação médica, sempre desconfiando daqueles que já citei ali em cima). 

- Se pensarmos pela lógica, saberemos que o corpo da gente produz o que ele sabe que o bebê precisa. Se o bebê suga pouco (pois toma complemento), o corpo irá produzir menos. Se o bebê só mama no peito, o corpo irá saber a quantidade adequada a produzir. Quem amamenta exclusivamente já deve ter notado que o peito começa a se encher, e logo o bebê chora, pois é hora dele mamar e nosso corpo sabe disso!

- Se eu soubesse, ah se eu desconfiasse que peito não é estoque de leite, e sim, fábrica, e que a maior quantidade de leite é produzida durante a amamentação, só essa informação já teria me ajudado demais! Eu achava que deveria ter os peitos sempre explodindo de leite, para poder realmente encher a barriga de um bebê...

- Todas as fêmeas mamíferas amamentam seus filhotes. Elas se aproximam, deixam os filhotes mamarem, elas os mimam, lambem, e ficam lá o tempo que for preciso. Quando crescem, os filhotes largam sozinhos e vão ficando independentes. 
Já o ser humano tem uma mania tão estranha de se achar diferente disso, de pensar que vai estragar o filhote, que peito vicia, que colo demais faz mal, que lugar de criança não é junto da mãe, mas sim sozinha num berço distante... Por que querem tanto ir contra o natural??? Depois não sabem o motivo pelo qual a criança chora tanto! Aliás, muitas vezes julgam ser cólica, e pronto, tacam remédio no bebê, sem necessidade... 

- Bem, como se não bastasse tudo isso, ainda tem a falha na orientação às recém mamães, pois nas maternidades, pelo menos nas que eu tive meus filhos, eles só ensinaram como colocar o mamilo na boca do bebê, a famosa "pega correta". Mas só. Não houve explicação sobre a demora que pode acontecer até o leite finalmente descer, ou que o colostro não iria durar pra sempre. E nem sobre o resto.

Amamentar deveria ser um ensinamento passado de geração em geração, sem complicar o que é simples e natural. Dessa forma, quem escolheu amamentar, não iria encontrar tanta dificuldade e falta de informação.

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