segunda-feira, 26 de maio de 2014

Lei da Palmada: Eu concordo!

"Eu apanho no corpo todo, não ligo tanto de apanhar, mas desde que não seja no rosto. Eu nem me importo mais quando ela me bate no resto do corpo, mas se me bate no rosto, eu não falo com ela até o dia seguinte, porque me magoa, fico muito triste!" (dito por uma criança de 7 anos)

"Mentira que sua mãe não te bate! TODA mãe bate! A minha me bate pouco, só quando eu brigo com minha irmãzinha mais nova, daí ela bate" (dito por uma criança de aproximadamente 8 anos, para minha filha, de 10, quando elas conversavam sobre castigos físicos)

"Eu não vou deixar minha filha virar uma qualquer, se ela fizer isso outra vez, eu vou bater mesmo, vou arrebentar!" (dito pela mãe de uma criança de 5 anos)

"Eu não bato pra machucar, mas quando o pai dela pega, coitada, dá até pena! Uma vez ele bateu tanto, tanto, que ela fez até xixi na roupa." (dito pela mãe de uma criança de 5 anos)

Esses relatos são reais, foram ditos para mim ou perto de mim. Não tem falas nem personagens fictícios. Infelizmente.

Que tal usar suas mãos para o que é certo?
Mãos acariciam e abraçam! Palavras educam!
Eu concordo que haja uma lei que ampare a criança em caso de violência, mas
não tem razão que justifique a violência no trato de crianças, pois desde sempre ouvimos dizer que é errado bater em mulheres e animais, então, por que bater em criança seria correto?
Pergunto para quem justifica que bater é educar: Onde fica nosso argumento de que devemos resolver nossos problemas sem violência? Se ao primeiro problema que a criança causa, ela leva um tapa???
Tem gente que justifica que violência é uma coisa, e palmada é outra. Não é diferente! É o mesmo! O que diferencia um tapa de um soco é a força que se aplica para faze-lo.
E essa diferenciação que os defensores da palmada fazem, é tida como normal quando o assunto é criança, mas e quando se trata de adultos? Por que é absurdo um homem dar um tapa, ou vários, em uma mulher? Por que um homem vai preso por dar cintadas em sua esposa? Por que uma pessoa é condenada, e tem sua foto compartilhada em redes sociais como agressora, monstra, e todo tipo de ofensa, quando ela enche um cachorro de cintadas? E por que isso tudo é naturalizado quando se trata de crianças???

                       


A resposta é que a maioria de nós normatizamos a palmada, e mesmo quem não o faz mais, já considerou normal ou até já fez um dia. É o meu caso.
Houve um tempo em que eu achava que só uma boa palmada corrigiria um erro grave de uma criança. Eu criava teorias para aplicar palmada em algumas situações, e imaginei que era bom meus filhos terem um pouco de medo de mim, apesar da amizade que eu pretendia criar com eles. Parece contraditório, afinal, em amigos não se bate (ou não deveria se bater), mas na época não me parecia nada estranho...
Cheguei a dar palmadas, e me sentia um monstro depois. Eu odeio ser humilhada, e ver uma criança humilhada em um canto, chorando, indefesa, era triste pra mim. Minha auto-defesa era achar que estava fazendo o melhor pra eles, mesmo me sentindo péssima. E mesmo evitando até o último, dando a palmada somente quando fosse uma situação extrema, eu fazia, e achava certo.

Se tenho uma alternativa não dolorosa/humilhante,
por que não usar?
Quando passei a ter mais acesso a conteúdos sobre crianças na internet, percebi que haviam pessoas que diziam educar sem bater, e que não só era possível, como melhor. Me interessei e li.

Descobri que o que me faltava, naqueles momentos tensos, era a compreensão de que crianças são humanas, e tem sentimentos iguais aos nossos. Eu precisei desconstruir a ideia de que educação e palmadas são sinônimos, e começar a entender que a palmada atrapalha na formação de uma criança, e muito.
Comecei a não ter mais preguiça em falar 10, 20, 50, 100 vezes a mesma coisa, pois esse era um dos motivos que me levava a recorrer a agressão. Percebi que o problema não é as crianças, mas sim, minha falta de paciência. Eu era a impaciente da história, eles não mereciam sentir dor por isso.
Hoje em dia, preciso falar cada vez menos, pois eles estão mais educados sem palmadas.

Além de entender o problema que eu tinha em orientar várias vezes, ou o de querer resultados aparentemente rápidos, eu precisava entender apenas mais uma coisa: Não bater não quer dizer não impor limites! Sim, as pessoas fazem essa confusão. Não é fácil distinguir uma coisa da outra, visto que crescemos aprendendo que pra impor limites, é necessário um tapa. 
Nós, quando éramos crianças, muitas vezes só entendemos que chegamos no limite quando apanhávamos, e isso não é bom, mas foi assim que nossos responsáveis nos condicionaram. 
Eu vejo hoje em dia que na grande maioria das vezes basta falar, pois meus filhos sabem que quando eu falo, não é a toa. Eles aprenderam a ouvir minhas palavras, e não a esperarem pela agressão pra perceberem que deveriam levar a sério. Demorei, mas consegui esse progresso. E estou lutando cada dia mais para vencer os impulsos que tenho de dar palmadas, pois está enraizado em mim, por mais que eu tenha apanhado raras vezes quando era criança.

Hoje em dia, paro pra lembrar das poucas vezes que apanhei. é claro que parei na hora o que estava fazendo, seja lá o que fosse, mas isso não queria dizer que aprendi algo, mas sim que tive medo. Isso não quer dizer que eu sabia que era errado, e muito menos queria dizer que eu não voltaria a fazer. Palavras nos fazem entender. Agressões de qualquer natureza não. 

                                  

Tenho certeza de que cadeias e fundações casa não estão cheias de pessoas criadas com amor! Ali tem pessoas que foram criadas a base da violência, ou da permissividade.
Pessoas educadas com amor não são pessoas que podem fazer tudo porque a mãe e o pai permitem, mas sim, pessoas que tem seus limites e suas regras muito bem estabelecidas. Essas pessoas não sofrem agressões pra entender que ultrapassaram limites ou quebraram regras, elas entendem as consequências que haverão por isso, consequências estas que não são dolorosas nem humilhantes. Elas podem reagir a isso, afinal, nem os adultos sofrem felizes as consequências ruins de seus erros, e nem sempre entendem. As crianças também não. Mas é importante o adulto compreender e não reprimir os sentimentos delas.

Agora virou lei!

E no fim, meus filhos estão melhorando muito, pois deixaram de ser agredidos e eu deixei de ser uma agressora. Sim! Agressora! Não tenho medo do título que carreguei mesmo com toda a melhor intenção do mundo.
Feliz com minha melhor escolha! Educar sem usar violência!!! Estou cada dia melhorando nisso, e tenho certeza que quem chegou até aqui, também consegue!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Horror de Vaginas??? Tati Bernardi e a Repulsa por Fotos de Parto Natural

Sou do tipo de pessoa que costuma ler tudo, até bula de remédio...
Um dia desses (não me recordo se foi ontem ou anteontem, coisas da maternidade, não lembrar direito os dias) percebi um certo reboliço na minha timeline do Facebook: Era Tati Bernardi pra cá, Tati Bernardi pra lá... A curiosidade foi tanta, que mesmo tendo entrado só pra ver os recados bem rapidinho - o que acaba sempre me levando uma ou duas horas - fui ler o tal texto que mexeu com os nervos de geral. Eis o texto.
Pensei: Se um texto começa dizendo que alguém não quer ver a minha "xota", boa coisa não pode sair.
Comecei a ler, e quase não chego ao final, tamanha a minha incredulidade! Como pode um texto assim ter sido escrito por uma mulher???
Bem, essa mulher só pode não ter filhos, não é possível!
Aliás, ela só pode não ter vagina!
É verdade mesmo que ela é roteirista, tem sei lá quantos livros publicados, e blablabla??? 
Como pode alguém com esse currículo, escrever isso???

Bem, fico feliz quando ela diz que respeita quem escolhe parir, mas é uma baita contradição dizer que cada uma é dona de si, e criticar quem posta fotos de seu parto no Facebook. Se a mulher é dona de si, ela pode mostrar seus "grandes lábios" não só pro tio Miltinho ou pra Vó Carminha. Ela pode mostrar pra quem ela quiser!
Quem não sabe sobre a realidade obstétrica brasileira, não consegue entender o tamanho do orgulho da mulher que consegue passar por cima de todo um sistema e parir com dignidade. Não entende o quanto é necessário esfregar na cara do sistema que somos donas dos nossos corpos e sim, podemos parir sem todas as intervenções inúteis e cruéis que são protocolo dos hospitais. Não sabem o quanto essas fotos de "xerecas parideiras pontocom" podem incentivar outras mulheres, que já tiveram sua segurança e auto confiança minadas por uma sociedade que acha que mulher não sabe mais parir.



Voltando ao início do texto, onde ela fala que confia mais em hospitais com salão de beleza e concerto de piano na recepção: Tati, ficaria tão mais legal se você falasse das taxas de cesáreas eletivas nesse tipo de maternidade... 
Gata, os números são maiores que 90%!
Então, gata, você sabe dos riscos ao bebê e à mãe nas cesáreas eletivas que são rotina nesses hospitais que poderiam ser hotéis 3 estrelas em Miami??? Posso citar vários, mas o mais comum é errarem o tempo do bebê e tirarem ele prematuro. Tipo, se você curte uma UTIzinha, umas furadinhas aqui, outras ali, acho que você ia adorar estar no lugar desses bebês, que mal chegam ao mundo, ja são submetidos a tudo isso...
Tudo isso, em troca de dinheiro, gata... 
Agora, se você foi em busca de ver uma mulher burrinha e baranga, e se surpreendeu ao ver um mulherão parindo like a lioness, mas ainda assim não entendeu, pode deixar que eu te explico: A namorada do seu ex colocou a "xuranha" pra berrar a quem possa ouvir, a seguinte mensagem: "Nós mulheres, podemos sim parir!".
Saiba que ela pode, eu posso, você pode, e com raras exceções, todas podemos! 
Aliás, se você gasta tanto com médicos, exames, tratamentos e hospitais, talvez fosse uma boa hora pra rever isso... Você talvez não precise disso!
Outra é que, convenhamos, você foi extremamente indelicada e invasiva ao falar da vagina alheia no seu texto pra um jornal de grande público. A dona da "ximbica" tem todo o direito de expô-la onde bem entender, mas você não tem direito de expôr o corpo de outra pessoa.
Quem não quer ver fotos de parto em sua timeline, que não curta páginas ou entre em grupos do assunto!
Se alguém compartilhou, oculte a publicação! Se essa pessoa insiste em compartilhar, oculte o feed! Não precisa necessariamente excluir, mas não deixa de ser uma opção!

Gente, sei que nem todas temos intimidade o suficiente com nossa vulva/vagina, mas sempre é uma boa hora pra começarmos a nos relacionar melhor com ela. Essa parte do nosso corpo é tão legal, tão prazerosa, útil... Pra que tanta vergonha??? 
Nesse texto aqui, dá pra entender super bem os motivos pelos quais acabamos não tendo intimidade suficiente com essa parte do nosso corpo, ou porque temos tanta vergonha dela...
É imprescindível sabermos tudo sobre ela, para entendermos nosso próprio prazer, e nosso parto! Para entender, precisamos tocar, sentir, experimentar... Não precisa ter vergonha, não precisa fazer isso na frente de outras pessoas, mas precisa se conhecer!

Um pouco mais sobre a "fobia" que somos condicionados a ter em relação à vaginas nesse texto aqui, e aqui também.

E, em tempo: Tati, vai se amar, por completo, até mesmo sua vagina! Acredite no poder natural do seu corpo, no poder da sua vagina! Pare de atacar a vagina alheia pra se sentir melhor!





quarta-feira, 16 de abril de 2014

Ser Pai e Ser Mãe

Sempre que vou ao parque, a quantidade de mães com filhos é enorme. Avós ou tias tem aos montes também. A maioria dos pais está sempre acompanhado de uma mulher, que é quem realmente cuida da(s) criança(s). Pais sozinhos com seus filhos é muito raro. A pergunta é: Por que isso acontece???

Percebo que os homens, em sua maioria, agem assim, como se não fossem capazes de cuidar de seus filhos sozinhos, e pior, quase sempre, com um certo "apoio" das mulheres!
"Ah, mas homem é assim mesmo"
Será que é assim mesmo? Ou será que estamos facilitando para eles de várias formas?

Já ouviram a expressão "sexo frágil" para se referir à mulheres? Pois então, se somos tão frágeis assim, por que assumimos tantas tarefas, ficamos sobrecarregadas, e os deixamos com bastante tempo livre?
Claro né, somos o sexo frágil só quando convém...

Sim, eu sei que muitas aprendemos dessa forma: Serviço doméstico é exclusivo das mulheres, assim como os cuidados com os filhos. Mas não deve ser dessa forma! Responsabilidade de ambos - seja com as tarefas domésticas ou filhos - ambos devem cumprir. A divisão desses afazeres sempre deve ser justa!

Antigamente, no tempo em que a maioria das nossas avós eram apenas donas de casa e mães, já eram sobrecarregadas. Hoje em dia, que a mulher é mãe, profissional, dona de casa, e sei lá mais quantas coisas, é que a coisa ficou feia!
A mulher quase sempre assume tudo isso, enquanto o pai de seus filhos tem tempo de sobra depois do trabalho, pra fazer o que quiser.
Pai precisa ser presente, não pra livrar a mulher, mas sim, porque é pai, tem um filho, e precisa ser participativo em sua vida. Isso se chama responsabilidade.

"Ah, mas ele está cansado, ele trabalha muito"
E você, não está cansada??? Tem noite que você acorda tanto, que nem parece que dormiu, não é mesmo? Isso quando, literalmente, não dorme, não é verdade? E cuidar sozinha de uma criança, não é trabalhoso de várias formas? Cansa, não??? E mesmo assim, mesmo querendo dormir por 10 dias seguidos de tão cansada, você ouve seu filho chorando a noite, ou ele vem te acordar por estar com algum problema, e ainda assim você levanta e vai cuidar dele até que tudo esteja resolvido, não é? Então, por qual motivo um pai não pode fazer o mesmo???

E a criança, que poderia contar com o pai e a mãe, acaba podendo contar só com a mãe. Não, não estou falando de dar dinheiro ao filho quando ele precisa de alguma coisa material, ou contrariar alguma ordem dada pela mãe para posar de ~pai legal~, não é nada disso. Eu falo de trabalho em equipe!

A criança que convive com pais desunidos, que tem como exemplo um pai que, depois de chegar do trabalho, fica deitado vendo TV, jogando video game, ou no computador, enquanto a mãe vai até altas horas trabalhando, só parando pra dormir, vai ver isso como normal. 
As meninas provavelmente vão se sobrecarregar desde cedo, e levar nas costas todos os problemas de um relacionamento.
Os meninos vão achar que é normal jogar nas costas das mulheres todas essas tarefas, e vão fazer isso, afinal, é cômodo. 

Automaticamente, muitos de nós deixamos as meninas pensarem que elas devem ser maduras, que devem saber fazer algumas coisas ainda na infância. Já para os meninos, damos liberdade para que cresçam ao seu ritmo, e que gostem de certas coisas até a idade que eles quiserem.

Mulheres, a maternidade é a deixa para desconstruirmos! Tudo o que aprendemos, deve ser reanalisado sempre, afinal, tem coisas que já não cabem nos dias de hoje. Outras coisas, nunca couberam!

Vamos desconstruir essa super mulher que dá conta de tudo - até porque ela nem existe- e decidir o que é melhor para nós mesmas! 
Sim, você mulher, é importante! Você merece ter tempo para tomar um banho demorado, comer uma refeição com dignidade, sair para lugares que não tenham nada a ver com crianças (a não ser que a realidade não permita que você, nem o pai, façam isso). 
Vocês podem e devem reorganizar a divisão de tarefas, e colocar um pouco mais de igualdade nisso! É justo com todos!

Ser Madrinha/Padrinho de uma Criança

Quando temos filhos, é uma alegria tão grande, que queremos compartilhar com todo mundo ao redor!
Quando temos pessoas queridas em nossas vidas, acabamos pensando que nossos filhos são tão importantes pra elas como são pra nós. Se for do desejo dos pais que seus filhos tenham padrinhos, obviamente, os pais escolhem um casal que eles acreditam que serão pessoas presentes na vida de seus filhos, no mínimo!
Então, se você acabou sendo escolhido para padrinho/madrinha de uma criança, aconselho primeiramente que você se saiba o que os pais do pequeno esperam de você. Apadrinhar uma criança pode significar algo diferente para cada pessoa, mas acredito que para todas significa ter carinho e ser presente na vida do apadrinhado.

Já ouvi dizer que padrinhos (religiosos) são aqueles que levam a criança para os caminhos de Cristo. Já ouvi dizer também que padrinhos são como tios, que mimam, dão presente, levam pra passear e dão carinho. Em outros casos, são as pessoas que os pais confiariam a vida dos filhos, caso faltassem na vida deles.

Se você está disposto a ser presente na vida da criança, ou dependendo da religião da família, ajudar os pais nesse sentido, aceite esse presente com carinho, sabendo que você é uma pessoa muito querida e de confiança. Mas, se você não quer, não tem tempo pra ser presente, ou não se preocupa o suficiente com a criança, e só pretende aparecer em datas comemorativas, rejeite educadamente. Antes causar uma mágoa nos pais, do que ser ausente e provavelmente causar mágoa também na criança.

Pra quem foi convidado a apadrinhar, pode achar que é só o momento do batismo e nada mais. Pode achar também que basta dar presentes. Nesse caso, deixe o cargo para ser preenchido por outra pessoa, que ficará feliz em cumprir com o papel de padrinho/madrinha como se deve.

Lembre-se também que você pode, um dia, acabar aderindo à uma religião que mude toda sua crença, e você passe a dar pouca ou nenhuma importância pela criança afilhada. Nesse caso, pense na consideração que os pais tiveram, e o apego que a criança provavelmente já desenvolveu por você. 
Você pode desconsiderar a cerimônia ou o que foi dito nela, pode não querer mais orientar religiosamente a criança por estar em outra religião, mas não custa ligar e perguntar, ir visitar as vezes, acompanhar o crescimento, ir nas festas de aniversário, dar presente...

Ah, e por último, mas não menos importante, antes de aceitar, lembre-se de que o bebê vira criança, a criança vira adolescente, e assim sucessivamente... Será que você está disposto a se importar com uma pessoa por tanto tempo???
É pra pensar, e levar tudo isso em consideração antes de aceitar esse tipo de convite. Para você, pode não parecer tão importante, mas para quem lhe convidou, provavelmente significa muito.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A invasão ao espaço e à intimidade das crianças

Imagine-se nessa situação:
Você está andando na rua, e quase todos que passam, pegam em você, te param para comentar o quanto você é linda, pegam no seu rosto, nas suas mãos, mexem no seu cabelo, exigem abraços e beijos, e ainda se sentem ofendidos se você não dá.

Absurdo isso né??? 

Talvez você esteja achando impossível que isso seja verdade, que aconteça de fato com alguém, não é mesmo???
Agora olhe para a criança mais próxima de você:
Sim! É com ela mesma que isso acontece o tempo todo!

Imagina só o que ela sente, é o mesmo que a gente sente: Impotência, invasão, desrespeito, vontade de sair correndo...
Nós adultos reagimos quando isso acontece não é mesmo??? Mas reprimimos a criança que reage, como se fosse falta de educação.
Nós, que deveríamos protege-los, às vezes permitimos que outros lhe invadam a intimidade, como se essas "demonstrações de carinho" fossem obrigação da criança aceitar. 

Vamos começar a ter mais empatia com nossos pequenos??? 

Se as pessoas da rua fizerem isso, e é claro que vai acontecer várias vezes, deixemos nossos filhos decidirem se permitem ou não. E se notarmos que os outros estão sendo invasivos demais, mesmo que nossa criança não reaja, é hora de intervir!

Se fizermos dessa forma, estaremos criando futuros adultos conscientes do espaço alheio, do seu próprio espaço, com mais autoconfiança e respeito pelo próximo!

Amamentação: Tudo o que eu precisava saber antes de falhar com meus filhos mais velhos

Eu deveria saber que amamentar não é fácil, por muitas razões.

Nos dias de hoje, há solução artificial pra tudo, ou quase tudo o que envolve a maternidade. As vezes isso é bom, ajuda quem não está conseguindo naturalmente. Mas o capitalismo faz com que a mesma salvação de umas, seja o problema de outras...

Hoje em dia é fácil para uma mulher desistir da amamentação, pois ela encontra leite artificial, chupetas e mamadeiras - com preço super acessível - em quase todos os mercados e farmácias. Ela é incentivada a desistir por todos ao seu redor, inclusive pelo pediatra em muitos casos. 

Tudo o que eu precisava era ter insistido, e não ter ouvido a chuva de palpites embasados em NADA.

- O seio se fere nas primeiras vezes mas é normal, acontece com a maioria de nós. Alguém poderia ter me contado isso, daí eu ia parar de me sentir a criatura mais azarada do mundo, e que a amamentação só dava errado pra mim, e pro resto do mundo era fácil.

- O leite materno alimenta sim o bebê, desde o mais fominha até o que só quer saber de dormir. Aquele leite aguado que vemos ao apertar o mamilo é só o primeiro leite, serve pra matar a sede e é rico em sais minerais.
Já o segundo leite - que sai quando termina o primeiro - é rico em gordura, e enche sim o estômago do bebê. 
Por isso a importância de oferecer um peito a cada mamada, e deixar o bebê esvaziar o seio.

- A não ser por indicação do pediatra (desconfie daqueles que fornecem amostras de fórmula ou que as indicam mesmo sem o bebê perder peso), o leite materno é sim suficiente para o bebê até o sexto mês, e tudo o que for oferecido além disso, pode acabar atrapalhando a amamentação e impedindo que o bebê ingira o único alimento do qual ele realmente precisa.

- Nem sempre que o bebê vem ao peito, é fome. Eles tem necessidade de sucção, e essa necessidade deve ser satisfeita, preferencialmente, no seio. Só pra constar, a sucção acalma o bebê, o conecta na mãe, que é seu porto seguro, e ainda ajuda a aliviar as tão temidas cólicas... 
Nem sempre basta deixar o bebê limpo, aquecido e com a barriguinha cheia. Ele também precisa de colo e sucção.

- Sempre tem um pra dizer o quanto nosso leite é insuficiente, e não está sustentando... Bem, nossa confiança já é minada desde que vemos tantas mamadeiras e latas de fórmulas sendo vendidas por aí, daí vem o palpiteiro e diz isso, pronto, já é o primeiro passo para começarmos a pensar até que, por "capricho", estamos matando nossas crias de fome. 
Nessas horas, é bom lembrar que leite materno é feito especialmente para o bebê, e leite de vaca é para bezerros (e só deve ser administrado a bebês sob orientação médica, sempre desconfiando daqueles que já citei ali em cima). 

- Se pensarmos pela lógica, saberemos que o corpo da gente produz o que ele sabe que o bebê precisa. Se o bebê suga pouco (pois toma complemento), o corpo irá produzir menos. Se o bebê só mama no peito, o corpo irá saber a quantidade adequada a produzir. Quem amamenta exclusivamente já deve ter notado que o peito começa a se encher, e logo o bebê chora, pois é hora dele mamar e nosso corpo sabe disso!

- Se eu soubesse, ah se eu desconfiasse que peito não é estoque de leite, e sim, fábrica, e que a maior quantidade de leite é produzida durante a amamentação, só essa informação já teria me ajudado demais! Eu achava que deveria ter os peitos sempre explodindo de leite, para poder realmente encher a barriga de um bebê...

- Todas as fêmeas mamíferas amamentam seus filhotes. Elas se aproximam, deixam os filhotes mamarem, elas os mimam, lambem, e ficam lá o tempo que for preciso. Quando crescem, os filhotes largam sozinhos e vão ficando independentes. 
Já o ser humano tem uma mania tão estranha de se achar diferente disso, de pensar que vai estragar o filhote, que peito vicia, que colo demais faz mal, que lugar de criança não é junto da mãe, mas sim sozinha num berço distante... Por que querem tanto ir contra o natural??? Depois não sabem o motivo pelo qual a criança chora tanto! Aliás, muitas vezes julgam ser cólica, e pronto, tacam remédio no bebê, sem necessidade... 

- Bem, como se não bastasse tudo isso, ainda tem a falha na orientação às recém mamães, pois nas maternidades, pelo menos nas que eu tive meus filhos, eles só ensinaram como colocar o mamilo na boca do bebê, a famosa "pega correta". Mas só. Não houve explicação sobre a demora que pode acontecer até o leite finalmente descer, ou que o colostro não iria durar pra sempre. E nem sobre o resto.

Amamentar deveria ser um ensinamento passado de geração em geração, sem complicar o que é simples e natural. Dessa forma, quem escolheu amamentar, não iria encontrar tanta dificuldade e falta de informação.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Maternidade e Paternidade: Uma visão sobre o papel de um pai e de uma mãe na vida de um filho

MILENA

Milena era uma mulher jovem. Ela gostava de sair para bares e baladas, e pegava vários caras. Ela não queria se envolver em um relacionamento, pois não tinha encontrado alguém com quem se identificasse e rolasse aquela paixão, até que conheceu Rogério.
Rogério era bonito, simpático, e Milena notou que eles tinham muitos assuntos em comum. Eles logo começaram a ficar, e depois a namorar. Milena foi sincera sobre o fato de sempre ter ficado com várias pessoas, e Rogério disse que não se importava, mas que gostaria que, a partir do momento que eles assumissem seu relacionamento, ela ficasse somente com ele. Milena decidiu respeitar isso, aceitou a condição, e começou a namorar com ele.
Alguns meses depois, Milena descobriu que estava grávida, e Rogério gostou da ideia, porém, sabia que não estava preparado. Tratou logo de se preparar para isso, lendo vários artigos e se informando sobre parto, amamentação, recém nascido, primeiros socorros, etc etc.
Milena não lidou muito bem com isso, afinal, era nova, não estava pronta para encarar uma gravidez agora. Ela decidiu manter a gestação, mas ainda estava se adaptando, afinal, tinha tantos sonhos pela frente, e teria de adiar algumas coisas. Milena estava revoltada, mas prometia a si mesma que isso logo passaria...
Os meses foram passando, e Milena não conseguia se imaginar mãe. Ela já amava seu filho, porém, não tinha muita afeição pela ideia de cuidar de uma criança, achava que não levava jeito. Rogério era o oposto, ele sabia de muitas coisas e sempre estava lendo de tudo, orientando a mãe de seu filho sobre tudo o que ele descobria, mas ficava ressentido quando notava que ela não se interessava muito.
Ao decorrer da gravidez, Milena e Rogério começaram a brigar com muita frequência, sobre tudo, e a convivência estava impossível. Decidiram terminar.
Milena prosseguiu cuidando da gravidez, juntando dinheiro para a vinda do bebê, e tentando imaginar como seria, mas ela estava perdida. O curso de gestante e o grupo de mães foram fundamentais para ela entender por onde começar.
Depois disso, ela buscou o pai de seu filho, para que pudessem passar por essa etapa juntos, como pai e mãe de uma criança.
O bebê nasceu. Rogério deu um tempo da vida lá fora para se dedicar ao filho sempre que ele não estivesse mamando no peito. Milena gostava de sair um pouco, e Rogério cuidava do bebê nessas horas.
Quando o bebê cresceu, e parou de mamar no peito, Milena decidiu que era hora de retomar seus projetos, e sugeriu a guarda compartilhada do filho. Em um primeiro momento, eles ficariam com o filho por um tempo exatamente igual, mas depois que o filho já estudasse, ele passaria a semana com o pai, e o fim de semana com a mãe, pois Milena e Rogério moravam longe, e a escola deveria ser perto da casa de um deles. 
Todos se perguntaram como Rogério conseguiria isso tudo sem ajuda, afinal, ele nunca tinha cuidado de uma criança, ainda mais sozinho. Quando viram que ele conseguiu, todos o elogiaram. Ele até notou mais olhares vindos de suas vizinhas, que o consideravam um "partidão", um homem para agarrar e não soltar mais, esse sim daria em um bom marido. Os outros homens o consideravam um otário, que fez filho com uma qualquer e teve de arcar com tudo sozinho.E quanto a mãe do menino, ah, essa é uma desalmada! Onde já se viu um filho ver a mãe só de fim de semana???

Agora, que tal reverter os papéis?

ROGÉRIO

Rogério era um homem jovem. Ele gostava de sair para bares e baladas, e pegava várias meninas. Ele não queria se envolver em um relacionamento, pois não tinha encontrado alguém com quem se identificasse e rolasse aquela paixão, até que conheceu Milena.
Milena era bonita, simpática, e Rogério notou que eles tinham muitos assuntos em comum. Eles logo começaram a ficar, e depois a namorar. Rogério foi sincero sobre o fato de sempre ter ficado com várias pessoas, e Milena disse que não se importava, mas que gostaria que, a partir do momento que eles assumissem seu relacionamento, ele ficasse somente com ela. Rogério decidiu respeitar isso, aceitou a condição, e começou a namorar com ela.
Alguns meses depois, Milena descobriu que estava grávida, e gostou da ideia, porém, sabia que não estava preparada. Tratou logo de se preparar para isso, lendo vários artigos e se informando sobre parto, amamentação, recém nascido, primeiros socorros, etc etc.
Rogério não lidou muito bem com isso, afinal, era novo, não estava pronto para encarar uma gravidez agora. Ele respeitou a decisão da namorada em não abortar, não passou pela cabeça forçar a barra pra isso, mas ainda estava se adaptando, afinal, tinha tantos sonhos pela frente, e teria de adiar algumas coisas. Rogério estava revoltado, mas prometia a si mesmo que isso logo passaria...
Os meses foram passando, e Rogério não conseguia se imaginar pai. Ele já amava seu filho, porém, não tinha muita afeição pela ideia de cuidar de uma criança, achava que não levava jeito. Milena era o oposto, ela sabia de muitas coisas e sempre estava lendo de tudo, orientando o pai de seu filho sobre tudo o que ela descobria, mas ficava ressentida quando notava que ele não se interessava muito.
Ao decorrer da gravidez, Milena e Rogério começaram a brigar com muita frequência, sobre tudo, e a convivência estava impossível. Decidiram terminar.
Rogério prosseguiu cuidando da gravidez de Milena, juntando dinheiro para a vinda do bebê, e tentando imaginar como seria, mas ele estava perdido. O curso de gestante e o grupo de pais foram fundamentais para ele entender por onde começar.
Depois disso, ele buscou a mãe de seu filho, para que pudessem passar por essa etapa juntos, como pai e mãe de uma criança.
O bebê nasceu. Milena obviamente deu um tempo da vida lá fora para se dedicar ao filho o tempo todo. Rogério gostava de sair um pouco, e Milena cuidava do bebê, sozinha, nessas horas.
Quando o bebê cresceu, Rogério decidiu que era hora de retomar seus projetos, e sugeriu a guarda compartilhada do filho. Em um primeiro momento, eles ficariam com o filho por um tempo exatamente igual, mas depois que o filho já estudasse, ele passaria a semana com a mãe, e o fim de semana com o pai, pois Milena e Rogério moravam longe, e a escola deveria ser perto da casa de um deles. 
Ninguém se perguntou como Milena conseguiria isso tudo sem ajuda, afinal, ela nunca tinha cuidado de uma criança, ainda mais sozinha. Quando viram que ela conseguiu, ninguém a elogiou, pois acharam que ela não fazia mais que sua obrigação. Ela até notou mais olhares vindos de seus vizinhos, que a consideravam uma "qualquer", pois além de já ter ficado com várias pessoas, ainda era mãe solteira. Isso não poderia dar em boa esposa, coitado do cara que, um dia, resolvesse se casar com ela, seria "corno" e ainda ia sustentar filho de outro. As outras mulheres a consideravam umas oportunista, que fez filho pra pegar pensão do ex, ou fez uma tentativa frustrada de "segurar" o cara usando um filho, mas que falhou, e bem feito, agora ela tem um filho pra cuidar. E quanto ao pai do menino, ah, esse é um herói! Leva o filho todo fim de semana para sua casa. O menino tem um pai muito presente, não é mesmo?


Apenas leiam, ou façam o exercício de trocar de papel com o pai do(s) seu(s) filho(s) e vejam se está tudo bem, se a divisão está sendo justa. Pensem nisso e reflitam, de acordo com a realidade de cada um, se ambos os pais estão fazendo seu papel como se deve.

*Esse texto é fictício, baseado em vários relatos que leio, então, não seria improvável qualquer semelhança com a realidade.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Os Cachinhos do Bernardo

Hoje eu estava lendo uma página de uma blogueira no Facebook, sobre cachos.
Lembrei dos cachinhos do meu filho, que já foram motivo o suficiente para encheções de saco alheias.
Tem gente que me diz que um dia ele vai querer alisar o cabelo. Outros me falam pra cortar bem curtinho, mesmo eu dizendo que ele ama o cabelo, e que eu o respeito quanto a isso. Já chegaram a me sugerir formas de segura-lo no cabeleireiro, e também de como convence-lo a ir até um.

Meu filho, com o cabelo grande, que é o xodó dele.
Não desejamos cortar, nem alisar. Achamos lindo ao
natural, e assim será, a não ser que ele queira mudar!

Acontece que eu não acho que para ser bonito, precisa ter cabelos lisos!
Nãovou esconder ou mudar essa característica do meu filho!
Mudanças, só são legais para agradar a gente mesmo, e não para se encaixar em padrões e agradar a vista dos outros.

Ainda é muito forte a imposição do cabelo liso. Cachos e crespos, principalmente, muitas vezes não são vistos com bons olhos.

Uma criança ficou conhecida na internet porque a escola "solicitou" que ele cortasse o cabelo afro, ou perderia a vaga. Leia aqui.
Uma funcionária foi discriminada porque se recusou a passar a prancha no cabelo. Leia aqui.
Quer saber de mais um caso onde uma pessoa é discriminada por assumir o cabelo que tem? Leia aqui então o caso de uma menina que também foi solicitada a se retirar da escola se não alisasse o cabelo. Isso não foi no Brasil, mas aqui acontece -e muito- esse tipo de situação.

Só pra constar aos que criticam os lindos e grandes cachinhos do meu filho: Nós (eu, meu filho, quase a família toda, e muitos amigos) amamos a cabeleira do Be!
Ele tem um cabelo lindo! 
E se você gosta de cabelo curto, corte o seu próprio!

Viva os cachinhos do meu filho!!!
Viva os cabelos todos como eles realmente são!!!
E viva a diversidade!!!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Noites de Sono: Cama Compartilhada e Berço.

Quando tive a Sabrina, na época onde ter internet era luxo pra poucos, eu aprendi que não era certo deixar o bebê dormir com a mãe, pois se ele acostumasse, nunca mais a deixaria dormir sozinha em sua cama. Amamentar deitada então, era praticamente assassinar o bebê. E assim eu fiz.
Sabrina ficava acordada tanto tempo, que eu quase enlouqueci. Hoje em dia sei que ela fazia isso para ficar perto de mim, pois sabia que, se dormisse, ia direto pro berço.
Mas não era fácil. Tinha dias que eu, vencida pelo cansaço, simplesmente a colocava ao meu lado, na cama minúscula de solteiro, e dormia ali, feito estátua, para não correr o risco de sufoca-la.
A grande verdade é que, com ou sem ela na cama, meu sono nunca mais foi o mesmo. Logo eu, que sempre tive uma quase morte ao invés de sono.
Algumas noites, antes dela desmamar (isso ocorreu aos 4 meses), eu a deixava mamando enquanto eu dormia. Quando eu acordava, me sentia a pior das criaturas, por correr o risco de matar minha pequena. 
Já houve ocasião em que eu cochilei com ela no colo, relaxei os braços, e acordei no susto, pois ela quase caiu.
Quando precisava fazer mamadeira, era pior! Precisava levantar no meio da noite inúmeras vezes, esquentar a mamadeira que já ficava pronta na geladeira, e dar a ela, sentada, para que não se engasgasse. Daí acabou a moleza de deitar com a teta pra fora e deixar ela mamar enquanto eu descansava. Depois da introdução das mamadeiras, eu tinha de me manter acordada, independente do nível do sono.

Tempos passaram, e as noites foram melhorando. Daí tive o Bernardo.
Tudo o que eu tinha "dado mau costume" pra Sabrina, pro Bernardo eu decidi não fazer. Acordava a noite, e assim que ele dormia, era berço. Se eu precisasse fazer isso a noite toda, eu fazia, em nome dele não pegar costume de dormir comigo.
Nessa época eu tinha acesso à internet, mas por ignorar que haviam informações úteis na rede, não busquei. E por isso, meu filho desmamou com apenas 1 mês de vida. Nem me passou pela cabeça buscar ajuda, pois pra mim, o leite secou, acabou, não voltava mais.
Então, além da minha decisão de coloca-lo sempre no berço, mesmo que não dormisse bem, afim de ter futuras noites de sono decentes, eu ainda ficava acordada fazendo mamadeira.
Bernardo realmente não ficava querendo minha cama, mas acordava muitas vezes, só pra ter um pouco de colinho e atenção. 

Quando tive a Melissa, eu já tinha entrado em grupos de mães, e percebi que não sabia de muitas coisas que poderiam me ajudar. Descobri que cama compartilhada não faz mal, pelo contrário, faz bem para: o bebê (que fica seguro e acorda menos), a mãe (que consegue descansar melhor) e ajuda na amamentação, pois é possível amamentar sem precisar levantar da cama.
Pensei em ver como minha filha seria, para depois decidir onde ela iria dormir.
Realmente, eu utilizei, e ainda utilizo muito compartilhar a cama, pois ela mamava demais, e eu precisava descansar para dar conta do dia seguinte.
Desde bem novinha, ela vinha pra minha cama, mamava já dormindo, e eu também dormia até ela acabar. Quando ela acabava, eu acordava e a colocava no carrinho, que ficava coladinho na minha cama. Preferi não deixa-la comigo a noite toda porque meu marido tem sono pesado, tive medo dele acabar ferindo nossa filha sem querer.
A pediatra tinha falado pra não amamentar deitada, e eu fui ler sobre. Descobri que mamar deitado no peito não é prejudicial. O leite materno combate infecções, e não poderia, por esse motivo, causar uma otite, se por acaso fosse parar no canal auditivo.
Então decidi, por bem do nosso sono, fazer cama compartilhada conforme a necessidade. Decidi que, quando ela tivesse segura, poderia ir para sua própria caminha, sem precisar voltar para a minha o tempo todo.
E não é que isso está acontecendo mais rápido do que eu esperava???
Melissa chora, eu pego e coloco no peito, ambas dormimos, ela mama e quando não quer mais, me empurra e vira pro outro lado. Nessa hora, eu sei que ela quer ficar a vontade em seu próprio cantinho, e a coloco no berço. Ali ela fica por horas dormindo tranquila, até sentir vontade de mamar outra vez.
Ela não mama outro leite a não ser o do peito, mas come super bem. 

Cheguei a conclusão de que os médicos as vezes podem acabar querendo se meter em um campo que não é o deles.. 
Percebi também que tem muita tradição que não passa de história de terror, para nos assustar. 
Então, se você sente necessidade de dormir junto com seu filho, se isso vai proporcionar uma boa noite de sono para todos, se livre dos preconceitos que você carrega em si por tanto tempo, e faça o que manda seu instinto!
Lembre-se que o ser humano é o único que quer que seu filhote durma sozinho. Bebês muito novinhos gostam de acordar perto de alguém, e não sozinhos em um berço, em outro quarto.
Se você é a favor da amamentação prolongada, a cama compartilhada pode ajudar muito, principalmente nos 6 primeiros meses. Depois que a criança passa a comer outras coisas, ela mama menos, e se for do desejo da mãe, já dá pra começar a introduzir a criança em seu próprio ambiente, aos poucos.

Não pensem que a criança nunca mais vai desgrudar, porque ela vai!

Melhor descoberta da minha vida! Me garantiu bastante tempo dormindo, tempo esse que eu passava acordada com as outras crianças.

O primeiro "beijo gay" da Globo. O que dizer para nossos filhos?

Primeiramente, o que seu filho está fazendo assistindo novela??? Você já viu a classificação etária para a novela??? Ela não é indicada para menores de 12 anos, se não me falha a memória.
Sei que as pessoas não costumam prestar atenção nisso, e por qualquer razão, acabam deixando crianças pequenas assistirem novelas, e aconteceu delas verem dois homens se beijando. Você pode estar se perguntando como explicar isso para uma criança. É bem simples!
Explique a ela que casais não são necessariamente formados por uma mulher e um homem, que há pessoas do mesmo sexo que se amam. Diga que casais que se amam, se beijam. Ninguém escolhe quem ama, e é errado querer impor nossas vontades sobre o amor alheio.
Se a pessoa não aceita a homossexualidade alheia por questões religiosas, deve mostrar ao filho que, apesar de não ser aceito em sua religião, nem todas as pessoas seguem uma mesma crença.
Ensine ao seu filho que, por mais que você não concorde com isso, essas pessoas devem ser respeitadas em sua intimidade. Sexualidade dos outros não é da conta de ninguém!
Se o seu filho é maior de 12 anos e assistiu, sinto lhe informar, mas essa conversa sobre sexualidade deveria ter acontecido bem antes. Esconder o que existe no mundo não vai ajudar, e mostrar que existem homossexuais não vai torna-lo um, se ele já não o for. 


Cena do beijo dos personagens Felix e Niko. O famoso beijo gay, que para
mim, é apenas um beijo. Cena de beijo. 
Achei estranho muita coisa, tipo, os adultos acharem que é normal uma criança assistir cenas de violência, mas não podem lidar com um beijo entre dois homens. Não assisti essa novela, mas ouvi dizer que teve autista tendo relações sexuais com um cara (dependendo do grau de autismo, isso pode ser estupro de vulnerável. Leia aqui mais sobre o assunto). Vi uma foto de uma mulher esfaqueando alguém, numa cama. O que será que os pais explicam para as crianças sobre essas coisas???
As pessoas precisam começar a entender que o que os outros fazem com suas vidas e seus corpos, a não ser que esteja prejudicando outros, é da conta deles, somente deles! 
Saibam também que relações sexuais com seres do mesmo sexo existem em outras espécies também, não é fruto da "falta de vergonha" de alguns humanos, como afirma muita gente.
Enfim, esse assunto pode ter ficado mais aberto nos últimos tempos, mas é algo que sempre aconteceu. 
Antigamente, o assunto era escondido, abafado de todas as formas possíveis. Muitos se casavam conforme mandavam os costumes, mas mantinham relações homossexuais às escondidas. Isso é triste! Hoje em dia as pessoas tem um pouco mais de liberdade para serem quem são, e não precisarem fazer outras pessoas infelizes em casamentos de status.
Ninguém pode controlar a sexualidade de ninguém, mesmo que seja de um filho. Então, ou os pais e a família abrem a mente e vivem com tranquilidade, sabendo que a pessoa é o que é e nada muda isso, ou elas se preparem pra correr o risco de perder um filho, caso seja gay e ninguém quiser aceitar.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Amamentação e Tabu

Eu nunca havia visto um homem olhando com maldade para um seio de uma mulher que amamenta, até acontecer comigo.
Foi chato, porque a exposição do meu seio naquele momento foi puramente para fim de alimentar um bebê.

Percebi que, em pleno 2014, as pessoas não aprenderam a separar as coisas. Não tenho nada contra ter atração por peitos, pelo contrário, acho natural, mas quando se amamenta, a função do peito é totalmente diferente de sua função no momento do sexo. Não dá pra ver com outros olhos um peito enfiado na boca de um bebê, a não ser que a pessoa tenha algum problema psicológico (que precisa ser resolvido urgentemente!).

De certa forma, eu fico surpresa que demorou 9 meses para isso me acontecer. No meu entender, as coisas estão mudando devagar, pois há poucos anos, uma mulher não poderia nem mostrar as pernas, que dirá os peitos. Ainda estamos bem longe do ideal, mas um dia, quem sabe, as mulheres sejam vistas com mais respeito.
Mas, voltando a realidade, as coisas estão muito ruins para as mães. Elas estão sendo tratadas como objetos, como se o peito delas não fosse delas mesmas, e sim, do parceiro, ou que os homens tivessem liberdade de olhar, já que estão sendo exibidos. Mas não é assim.
O que me aconteceu, apesar de levar 9 meses, não deveria ter acontecido nunca, se a mulher fosse respeitada. Seios servem para amamentar quando se é mãe de um bebê que mama no peito. 
O corpo humano foi arquitetado para cumprir certas funções, e o corpo feminino foi arquitetado para gestar, parir e alimentar a cria, como toda mamífera. Simples assim!
Os seios serem objeto de desejo não é o problema, o problema é a mulher não poder desempenhar um de seus papéis naturais só porque pessoas tem em mente, há séculos, que seios são puramente sexuais. Não são! Pessoas fazem sexo com outras partes do corpo que não escondem, por exemplo, a língua. Por que esconder os seios, ainda mais quando eles são tão necessários para outra função?
Agora, vamos pensar, com esse cérebro que nos foi dado para desempenhar essa função: Os homens tem peitos e mamilos. Mulheres tem peitos e mamilos também, normalmente em volume maior, e essa é a única diferença na aparência. Homens exibem seus peitos sem a menor necessidade. Mulheres, quando amamentam, as vezes precisam exibir os seus para alimentar sua criança. Qual é a lógica deles poderem e elas não? E se fosse o contrário, eles seriam tratados como "vulgares" se fizessem exposição do corpo para amamentar um bebê??? Tenho certeza de que não!
Não é legal mulheres desistirem da amamentação por acharem que não podem "se expor". Mulheres são criadas aos montes com esse pensamento, e quem perde são os bebês, que não se alimentam com o melhor alimento do mundo para eles, por um motivo que não justifica isso.

Acredito que as coisas podem sim mudar para nós, mulheres, porém, a mudança precisa vir primeiramente de nós mesmas, para depois os homens também mudarem, afinal, se trata dos nossos interesses.

No caso, as mulheres precisam ter mais compaixão umas com as outras, e mesmo que não achem necessário expor o seio para amamentar, que não exponham os seus próprios, mas não condenem quem escolhe ou necessita fazer isso! Não falem da necessidade de colocar uma fralda para cobrir, porque não são todas as mulheres que veem essa necessidade, não são todas que acham que é falta de respeito mostrar seios (até porque, como eu disse antes, homens mostram e não há argumentos que justifiquem isso). 
Eu, particularmente, não quero cobrir. Se fosse pra cobrir, eu jamais colocaria um pano sobre o bebê (afinal, ninguém gosta de almoçar com o rosto coberto não é?), somente sobre o seio, mas não tenho essa necessidade. Não acredito que seja prejudicial a mim nem a outras pessoas o meu peito fora da roupa alimentando minha pequena, nem feio. Na verdade acho lindo ver uma mulher amamentando! Eu olho sim, mas com carinho, aprovando e admirando as mulheres que tem coragem de passar por cima de seus próprios preconceitos, dos palpites, e de tantas obstáculos, para amamentar seus bebês. Amamentar é muito mais que proporcionar alimento. Amamentar é dar carinho, segurança, e satisfazer as necessidades do bebê! Eu não sei ver maldade, só consigo admirar algo assim!!!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Maternidade e os Quilinhos a Mais

Vocês já notaram que, depois que engravidamos ou temos filho, as pessoas não perguntam da nossa saúde tanto quanto perguntam do nosso peso???
Fora os comentários que fazem sobre isso:

"Nossa, fulana era tão bonita, estragou o corpo"
"Você já perdeu os quilos que ganhou na gravidez?"
"Amamenta bastante que você vai ver, vai perder todo esse peso que ganhou"
"Fulana engordou pra caramba na gravidez né?"
"O médico falou pra engordar quantos quilos?"

Eu queria sabe por que diabos pensam que nosso corpo é domínio público!!!

O mais "engraçado" é que dizem que você deve comer por dois, mas se você faz isso e acaba engordando mais do que eles acham que deve, te criticam!
Pessoas, decidam né, coerência manda lembranças! (E quando decidirem guardem sua opinião pra si, please)

Bem, eu já tinha pensado algumas vezes no assunto, mas esses dias, no mercado, fui olhar as capas das revistas, e eis que me deparo com isso:

Angélica, 40 anos, 3 FILHOS. Tá... Com a grana que ela tem, eu poderia estar 
igual a ela, mas, será que é tão importante para mim??? Quem decide sou eu!
Tudo bem, tem gente que ia ser feliz pra sempre se emagrecesse, ou não engordasse (nem vou entrar no mérito "padrões impostos pela sociedade" nesse texto, fica para outro), mas daí a colocarem sempre como se fosse obrigação da mulher perder peso depois que tem filhos, é pegar pesado demais!!!

Poucos sabem, mas nem toda mulher tem facilidade para perder peso assim como tem para ganhar. Ganhar é fácil, tudo tem açúcar, ou gordura, ou hormônios - não que isso seja da conta de ninguém, é só para fim de informação.
Alimentos industrializados não são livres dessas coisas. Daí falam "Ah, mas é fácil, é só comer alimentos naturais". Gente??? Tem dia que mal temos tempo de tomar banho, que dirá de ficar descascando, preparando, temperando alimentos!!! Tem dias que a gente mata a fome com um pacote de bolacha, salgadinho, ou com pão! Tem mãe que tem marido pra dividir tarefas, outras tem parentes que ajudam, mas tem quem precise se virar em 10! Como elas fazem??? Largam a cria chorando pra ir cozinhar???
Eu concordo plenamente que devemos manter uma alimentação saudável, sei que nem todos os gordinhos seriam gordinhos (ou tão gordinhos), e nem toda grávida ganharia tanto peso se comessem bem. 
Mas, e quando as pessoas ficam falando do peso dos outros, será que a preocupação é com a saúde ou com a estética da pessoa? Posso afirmar que é só preocupação estética, salvo raríssimas exceções.
E quanto a grávidas que não se alimentam bem e ganham peso, o motivo é que nem todas conseguem controlar a alimentação, principalmente no primeiro e último trimestre, devido aos enjoos e azias.
Algumas enjoam pouco e até conseguem manter uma boa alimentação, mas e aquelas que enjoam de tudo, fazem o que??? Vão morrer de fome só porque não devem engordar??? Pelamor né, nessas horas a mulher deve comer o que conseguir engolir! O que não dá é pra forçar algo que não está descendo e acabar vomitando tudo...

Voltando a capa da revista, onde deixa claro que a Angélica está com um corpo super magro por ter 40 anos e 3 filhos. Entendo que é uma revista sobre emagrecimento, mas se não fosse o fato das pessoas exigirem dos outros e de si mesmas corpos magros, esse tipo de revista não existiria, ou existiria, mas focasse mais na saúde do que na magreza. 
Quando estampam na capa que ela tem 3 filhos, é como se tivessem chamando de preguiçosa a mulher que tem 3 filhos e ainda carrega uma "pancinha" pós parto. Eu me senti particularmente ofendida, e sinto a cada vez que vejo algo semelhante. Não ofendida porque a Angélica não tem barriga pós parto, mas sim porque sinto como se me apontassem o dedo e me chamassem de preguiçosa, feia, relaxada e etc etc...

Até parece que é do alcance de todas as pessoas a vida que a Angélica tem, ainda mais da brasileira, que tem uma licença maternidade de merda, por isso, muitas acabam abandonando o emprego, para conseguir amamentar decentemente, exclusivamente até 6 meses (e continuar amamentando até os 2 anos ou mais, assim como recomenda a OMS), ou porque não tem creche compatível com a jornada de trabalho. Algumas não largam seus empregos, porque não querem ou por precisarem do salário, tanto faz, o que importa é a rotina dessas mulheres, que tempo que elas tem pra ficar indo em academia? É uma minoria que consegue dar conta de tanta coisa!
Sei que os pais dessas crianças deveriam assumir responsabilidades, para que, assim, a mulher tivesse mais tempo pra si, mas vamos cair na real: Nem todas conseguem convencer o cara que cuidar do próprio filho é "coisa de homem", e as que conseguem encontrar um cara que faça sua parte, será que querem gastar seu tempo tentando se encaixar em um padrão preestabelecido de beleza? Talvez algumas queiram, mas nem por isso, deve ser imposto sobre o restante que não acha relevante.
Então, sendo a situação da mulher brasileira tão complicada e ainda sabendo que, comprovadamente, o salário delas é menor do que dos homens (fora o detalhe que o salário mínimo brasileiro é uma vergonha e os preços de tudo são altíssimos), me diga: A não ser que seja uma rica, ou uma que tenha ajuda de terceiros, quartos, quintos, como que uma mãe normal vai ficar cozinhando alimentos saudáveis, indo na academia, PAGANDO academia, e sendo "perfeita" o tempo todo? Gente, não dá!
Fora que não é anormal ser gordinha, não é feio ter barriga, nem sempre a gordura significa não ter saúde. Isso são coisas que nos fazem acreditar, para que todos sigam o mesmo padrão sempre, e que até percam a saúde (ué, e o discursinho barato sobre saúde?) para chegar no "corpo dos sonhos". O que ganham com isso??? Talvez um bando de pessoas, principalmente mulheres, alienadas, se preocupando tanto, o tempo todo, com o corpo, e deixando pra lá outros assuntos importantes (enquanto isso nos roubam na cara de pau, em todos os sentidos).

Depois de superar a capa da Angélica, me deparo com isso no Facebook:


Eu digo agora mesmo qual é a minha desculpa: Lugar de criança não é nas minhas costas, dentro de uma academia, se molhando com meu suor, se estressando por ficar presa por horas em mim (enquanto poderia estar fazendo alguma coisa de criança), ouvindo música alta, e muito menos vendo tantas pessoas que se preocupam mais com o físico "perfeito" do que com o que realmente é importante. Não é esse exemplo que quero pra filho nenhum, eu quero outro tipo de ambiente para o crescimento dos meus filhos. Crianças aprendem pelo exemplo, e a não ser que esse fosse meu ganha pão e eu não tivesse outra escolha, não quero meus filhos metidos nesses lugares tão cedo e ponto final!

Vejo dessas coisas em todos os lugares, estampados em revistas, compartilhados nas redes sociais, e isso me faz pensar o quanto falta empatia nas pessoas. Não entendem e nem querem entender se a prioridade da gestante, ou da mãe não é o peso. Não entendem que uma mulher pode gostar de ser gordinha, ou levar isso como consequência natural de ter gestado. Não entra na cabeça que ela pode realmente não estar preocupada com os quilos que ganhou! Ela pode estar usando o tempo dela sendo feliz, enquanto algumas pessoas perdem tempo em academias com o único objetivo de se encaixar em padrões. Tem quem seja feliz em academia? Tem! Assim como tem gente feliz com o corpo que tem, sendo gordinha mesmo!
Então, da próxima vez que você olhar para uma mulher que ganhou uns quilos depois de virar mãe, por favor, pense realmente na saúde dela (e dependendo do que pensar, guarde pra si), e não no físico que você acha que é o ideal!

A obrigação de uma mulher que teve um filho não é com o olhar que as pessoas tem sobre ela, nem com o que os outros acham que é certo. A obrigação dela é sempre com ela mesma, com suas escolhas, com seus filhos, ou seja lá com o que ELA quer se preocupar! As pessoas deveriam tirar as próprias expectativas de cima do corpo alheio, e cuidar de si mesmas. 
Se todos pudessem ter expectativas mais coerentes com sua realidade, e não ficar uma vida lutando para se encaixar em padrões quase impossíveis de serem alcançados, seria melhor para todos, até para eles mesmos!
E viva a diversidade!!!