domingo, 30 de junho de 2013

Sobre a educação dos meus pequenos: Eu digo NÃO às palmadas!

Seria muita hipocrisia dizer que meus filhos nunca levaram um tapa. Sim, eles já levaram! Pouquíssimas vezes, eles me levaram à loucura, e eu optei pela forma mais rápida de faze-los parar o que estavam fazendo. Mais rápida, menos eficaz, e mais cruel. Cada vez que dei um tapa nos meus filhos, me senti uma monstra inescrupulosa sem sentimentos.
Até então, nunca tinha ouvido falar sobre disciplina positiva. Cresci com o conceito de que não se deve surrar uma criança jamais, porém, uma palmada em último caso é extremamente necessária.
Mas algo dentro de mim dizia que isso era errado, e que devia haver outro modo de educar os filhos sem precisar machuca-los, faze-los chorar, sofrer e ainda, de "brinde", me sentir a pior das criaturas.
Não tive a ideia de procurar na internet, por imaginar que iria encontrar somente artigos longos de estudos psicológicos com uma leitura chata e difícil, e monstruosamente enorme. Então, tentei bolar alguma coisa sempre, mas não funcionava com a eficácia que eu imaginava, e vez ou outra, eu recorria para a palmada.
Quando engravidei da Melissa, fiquei muito interessada em descobrir coisas sobre a gestação que eu ainda não sabia, pois tive alguns contratempos nas gestações anteriores, acontecimentos que me deixaram triste e com um sentimento de que não aproveitei 100% a gestação, que deveria ser um momento mágico.
Entrei em um site para mamães, gravidinhas e tentantes, o Baby Center, e lá eu lia muito, muito, muito, e quando achava a explicação resumida demais, procurava outras. Assisti, não me lembro onde, muitos vídeos sobre a formação da criança (inclusive um que falava sobre a personalidade e até que ponto ela era hereditária). Entre um texto e outro, no final da gravidez, acabei me deparando com um que falava sobre educar sem bater.
Me interessei na hora, apesar de não acreditar muito nisso, cheguei a pensar que ia encontrar um manual de instruções extremamente difícil de ser seguido, assim como os métodos que eu já havia visto por aí. Eu não queria passo-a-passo de como educar um filho, eu jamais quis adestrar os meus, mas com as palmadinhas, era exatamente isso que eu estava fazendo.
Li muitas dicas sobre educar sem bater. Depois de saber que muitos pais conseguem, não quero bater nos meus filhos, nem de vez em quando, nem nunca mais!
Já apanhei da minha mãe, pouquíssimas vezes, mas me lembro da sensação de humilhação, tristeza profunda e raiva, muita raiva, que eu sentia. Quem quer que os filhos sintam isso???
Tem gente que argumenta estar fazendo o melhor pelo filho, então, é válido a criança sentir isso por um momento, para aprender alguma coisa para sua vida toda. Mas, será que a criança aprende mesmo? Ou será que ela não vai agir de uma determinada maneira por medo de sofrer uma punição física, porém, assim que crescer e tiver autonomia, vai faze-lo à sua maneira?
Talvez outras pessoas saibam responder essas questões melhor do que eu, afinal, não sou psicóloga nem nada disso. No meu modo de ver, por me lembrar do pensamento de amigos meus da adolescência, acredito que um dos motivos dos adolescentes terem fama de dar trabalho aos pais, é porque muitos deles não aprenderam realmente o que deveriam aprender, pois quando não deveriam agir de um determinado modo, levaram um tapa (ou uma surra), e não tiveram explicações dos motivos pelos quais os pais esperavam outro comportamento. Eles não sabiam exatamente onde erraram, só sabiam que não deveriam repetir o ato.
Eu já apanhei de um homem com quem me relacionei. Ele achava que eu estava errada em alguma coisa e me batia. Haviam dias que eram somente agressões verbais, mas os sentimentos após os dois modos de agressão eram os mesmos: humilhação, ódio, raiva de mim mesma, vulnerabilidade...
Algumas pessoas podem dizer que é obvio que eu não deveria me conformar em apanhar de homem nenhum, mas eu pergunto: Por que com a criança deve ser diferente? Ela que age mais por instinto ao demonstrar da forma mais primitiva seus sentimentos. Ela que não entende as regras antes de ser ensinada, e já apanha mesmo antes que alguém as ensine. Ela que precisa ouvir um milhão de vezes, se for o caso, para assimilar a informação.
Comecei a ler o livro "Besame Mucho" de Carlos González, que fala exatamente sobre esse assunto: como as agressões são tratadas de formas diferentes quando se tratam de adultos e crianças. Para adultos, é considerado violência doméstica. Para crianças, é considerado castigo físico. Por que será?
Confesso que ainda não terminei o livro, mas logo termino, estou gostando muito! Minha mente está mais clara para esse assunto, e mudei muitos conceitos que tinha antes, é muito esclarecedor! Recomendo!
Decidi educar meus filhos dando o exemplo, sendo como quero que eles sejam. Ainda estou em fase de adaptação a esse novo método que conheci, sem fórmulas mágicas ou prontas, pois quando se trata de seres humanos, cada um com sua personalidade, tudo precisa ser adaptado.
Não quero, e não vou, dar palmadas nos meus filhos nunca mais! Sorte da Melissa, que não vai precisar levar nenhuma palmada nunca.
Hoje em dia, falo sobre o que espero deles, e sobre as consequências dos seus atos, tanto os positivos quanto os negativos. Se eles fazem tudo, as coisas funcionam, daí eu faço alguma coisinha para eles comerem, ou levo eles para algum passeio, por exemplo. Se eles não fazem, eu peço uma, duas, mil vezes, até eles pegarem o hábito de fazerem todos os dias. Mas se não fazem, não ganham nada.
Não posso negar que, as vezes, enlouqueço um pouco, mas não os chingo, nem os ofendo. No máximo, em último caso, acabo elevando meu tom e volume de voz, não de propósito, somente quando perco toda a paciência. Tem horas que parece que, falando baixo e num tom mais ameno, eles não escutam. Espero que logo eles aprendam a ouvir sem que eu precise falar mais alto, pois isso é um mau hábito de ambos, eu tinha mania de gritar, e eles aprenderam que eu estou falando sério somente quando estou gritando.
Outra coisa que estou fazendo é ouvir o que eles tem a dizer. Se eles não puderem se comunicar falando, vão buscar outras formas de faze-lo, e é daí que surgem as birras, as manhas, etc. Não responder mal aos outros é uma coisa, não poder dizer o que sentem, mesmo em um momento de raiva, já é outra. Só não quero que, nesse momento, eles faltem com respeito às pessoas, fora isso, tem toda a liberdade de dizerem o que os levou a ter a atitude em questão.
Posso garantir uma coisa em relação à mudança no meu modo de educar: Eles obedecem mais rapidamente, e quando não o fazem, tem bons argumentos para isso.
Acredito que minha mudança está vindo porque eu estou tendo muita força de vontade, pois acredito no amor, e sei que crianças criadas com muito carinho, sem violência, e é claro, com orientação, se tornam adultos melhores. 
Quem quiser seguir por esse caminho, eu digo que não é fácil, exige muito esforço e força de vontade, mas os primeiros resultados aparecem rapidamente. A criança não vai virar uma estátua que fica sentada num canto o dia inteiro e nunca erra, criança assim não existe, mas ela, provavelmente, vai escutar mais e entender mais. E o melhor: ela vai crescer sabendo diferenciar o certo do errado, não porque sabe que vai apanhar, mas sim, porque sabe as razões pelas quais deve ou não tomar certas atitudes!

... E ainda tem quem pense que ser mãe é fácil! (Minha rotina de mãe e dona de casa)

Meu dia (um dia normal)começa as 6:00 h, ao acordar para mandar a Sabrina para a escola. Ainda bem que ela é grandinha, então, só faço o café da manhã dela, separo uma roupa, e volto a dormir.
Depois de 35 minutos o celular desperta novamente, é hora dela ir esperar o transporte. Me despeço, ela vai embora.
Durmo mais meia hora, o celular do Guto (marido) tocando de 10 em 10 minutos, pois ele tem uma enorme dificuldade para acordar, ou seja, eu acordo correndo para desligar o despertador (escandaloso), antes que esse barulho acorde a Mel, dou uma cutucada nele e volto a dormir. Cada 10 minutos de sono é precioso.
Quando é 7:10 h mais ou menos, ele vai embora. Hora de acordar o Bernardo.
Acordo o Bernardo, faço o café da manhã, visto uma roupa nele e vou dormir outra vez. Ele fica na sala assistindo TV, ou brincando no computador. Ainda assim meu sono é leve, por medo de acontecer alguma coisa, ele mexer onde não deve... Mas meu filho é muito tranquilo, e qualquer coisa que ele vá fazer, insignificante ou importante, ele me acorda pra avisar!
Quando dá umas 10:00 h da manhã, Mel acorda para uma mamada. Coloco ela ao meu lado, e dormimos as duas, ela mamando, mas logo acordo pra colocar ela ao meu lado e trocar de posição, pois meu corpo fica dolorido por ficar muito tempo sem me mover. O instinto materno aqui funciona bem, mesmo durante o sono! Eu nunca machuquei um filho meu que dormia ao meu lado!
Quando é 11:30, acordo, torcendo pra Mel continuar dormindo. Dou banho no Bernardo, troco, dou almoço, e está pronto para ir à escola também.
As 12:00 h a Sabrina chega da escola, e ela leva o Bernardo para esperar o transporte, e compra pães. 
Quando ela volta, almoça, e eu tomo meu café da manhã, já com a Mel no colo algumas vezes.
Ela acorda com fome! Enquanto ela mama, eu dou uma olhadinha nas redes sociais e tal...
Assim que ela termina de mamar, eu já tiro a fralda da noite, e preparo o banho dela, isso acontece por volta das 14:00 h. Enquanto enche a banheira, coloco ela no carrinho ao meu lado e lavo a louça. 
Até terminar de dar banho, trocar, dar outro mamá e faze-la dormir, já é quase 16:00 h.
Mel dormindo um pouco (muito pouco), corro pra lavar o resto da louça quando sobra, pois tem dia que não consigo lavar toda porque ela quer colo.
Se não tem louça, corro varrer a casa, ou separar roupas para lavar, ou estender roupas que já foram lavadas, ou guardar roupas, ou fazer qualquer coisa que eu veja que é necessário. Reparem que eu coloquei OU entre essas atividades, justamente porque nunca dá tempo de fazer tudo! Se consigo fazer duas ou três dessas tarefas, é um dia produtivo.
Quando Mel tira 30 minutos de cochilo fora do colo, é muito! Normalmente, faço algumas dessas coisas com ela dormindo no sling.
Quando dá umas 17:30, na maior parte dos dias, Mel já está mamando e cochilando no peito outra vez, e eu estou, novamente, curiando na internet, meu celular desperta. Hora de buscar o Bernardo! Peço que a Sabrina faça isso por mim!
Quando ele chega, pouco antes das 18:00 h, quer brincar um pouco antes de fazer suas obrigações. Nada mais justo, afinal, estava estudando até então. Mando Sabrina ir tomar banho, e ela me enrola até o máximo que consegue. Tento fazer alguma coisa, ou nos dias mais corridos, tiro um tempinho para descansar, brincar com a Mel, ou ajudo o Bernardo com a lição de casa quando é muita, daí nem brincadeira tem.
Eu vou colocar a comida para esquentar por volta das 20:00 h (preciso deixar pronta para aquecer, comida fresca nesse momento da minha vida é luxo). Algumas vezes coloco a Mel no carrinho e torço para ela ficar ali, pelo menos, 15 minutos. Mas nem todo dia ela fica, então, corro fazer alguma mistura.
Coloco a janta para as crianças. Sabrina come tudo na maior facilidade, e assiste a novela Carrossel enquanto isso. Bernardo me enrola, come só a mistura e a comida gela. Desisto de esperar que ele coma tudo sozinho e vou dar o resto na boca dele (ou é isso, ou ele não come).
Quando dá 21:30 h, acaba a novelinha, mando Sabrina escovar os dentes e ir dormir. Vou escovar os dentes do Bernardo, pois se eu não faço, ele muito menos (já tem cáries, mas isso não é só por falta de escovação, é outra história que depois eu conto). Vou me despedir deles na cama.
Pronto, agora é hora de tentar pensar um pouco em mim, ou alguma coisa de casa que realmente é importante e ficou sem fazer, nesse caso, não dá tempo pra me cuidar.
Mel pede para mamar outra vez, e começa a tentar dormir. Então sento, ela mama, eu fuço na internet, no Facebook, leio algum artigo, e por aí vai. 
Quando ela dorme, eu a deixo dormir um pouco, mesmo que no colo, para que o sono da noite seja melhor. Incrivelmente, já li muito que os bebês precisam dos sonos diurnos, para que os sonos noturnos não sejam agitados, e isso realmente é verdade na prática, por isso, até em algumas sonecas diurnas, eu a deixo no colo um pouco, pois se coloco ela em outros lugares, ela acorda.
Quando ela termina de mamar, lá por volta das 23:00 h, peço ao meu marido que cuide dela um pouco para que eu tome banho. Corro tomar banho, pois ela fica pouco com ele ou com qualquer outra pessoa.
Termino meu banho, me troco, e vou tentar fazer a Mel dormir. 
Nesse horário, vou fazer as lancheiras das crianças. Depois, faço um lanche mais tranquila, pois minhas refeições são todas às pressas. Podem reparar que eu nem as citei, pois faço quando tenho uma brechinha. 
Então, por volta das 00:00 h, termino tudo. Depois disso, me recuso a fazer qualquer coisa. O que não foi feito, vai esperar o dia seguinte!
Melissa mama, dorme, eu coloco no carrinho, ela acorda, eu coloco no peito, ela briga com o peito, eu levanto e dou voltas com ela pela casa, ela mama, dorme, eu coloco no carrinho, ela acorda outra vez... E esse processo se repete algumas vezes até ela dormir de fato.
Quando ela dorme, a coloco no carrinho, respiro (estou sozinha em casa e livre, finalmente!) e escrevo alguma coisa. Depois vou escovar meus dentes, e vou dormir.
Quando dá 6:00 h da manhã, o despertador toca, e começa mais um dia de pura correria, porém, mais um dia cuidando dos meus filhos, e isso é muito gratificante para mim!!! 

sábado, 29 de junho de 2013

Como explicar a morte para uma criança?

Há exatamente uma semana, minha avó materna faleceu. 
Essa minha avó foi uma mãe pra mim, pois quando meus pais se separaram, ela nos acolheu em sua casa e nos criou, para que minha mãe pudesse trabalhar, e assim nos dar o que precisávamos.
Há um ano, ela teve problemas no coração, passou por uma cirurgia. Desde então, sua saúde vem piorando aos poucos (houve um tempo que ela melhorou, e eu tive esperança de te-la conosco por mais uns 5 anos, mas logo ela piorou outra vez). Lentamente, ela perdia suas habilidades, até que, em suas duas últimas semanas de vida, não andava ou falava mais, e nem sempre reconhecia as pessoas.
Tudo o que eu mais temia estava acontecendo: perder uma pessoa tão próxima e tão querida. Nunca havia perdido alguém tão importante na minha vida, então, não sabia como teria de lidar com isso, e muito menos, sabia como preparar meus filhos pra isso.
A minha única certeza é que ela não duraria muito tempo viva, então, tentei pensar na melhor abordagem possível do assunto para meus filhos entenderem o que estava acontecendo, e não serem pegos de surpresa com a morte da bisavó, daquela que me ajudou a cria-los e os amou incondicionalmente.
Pensei em falar sobre o processo do velório e enterro. Não queria que eles ficassem chocados com a cena, caso eles decidissem ir na despedida da bisa. Expliquei que o corpo fica gelado, e que começa a emitir gases e líquidos que cheiram mal, por isso, se usa colocar algodão nos orifícios. Também expliquei sobre o velório, onde o corpo fica exposto em um caixão,para que receba as últimas homenagens, orações, flores, e tudo mais que se faz nessa ocasião, e que depois disso o caixão seria fechado e enterrado. Claro que falei isso durante uma longa conversa e usei as palavras mais delicadas que encontrei na ocasião.
Minha filha, de 9 anos, absorveu tudo e me encheu de perguntas. Meu filho de 6, pouco entendeu...
Depois, expliquei a ela sobre a vontade da vó, que nunca quis ficar viva se dependesse de aparelhos ou de outras pessoas para suas necessidades mais básicas, como se locomover, se comunicar, ou para fazer suas necessidades fisiológicas. Fora o detalhe que os pés dela necrosaram devido a má circulação, então, se ela sobrevivesse, teriam de amputa-los. Ela ia sofrer muito, sentir muita dor, e não ia ter uma qualidade de vida para viver dignamente, como merecia. Minha filha concordou comigo, e meu filho continuou sem entender nada.
Algumas pessoas me questionaram sobre o fato de eu não ter falado sobre Deus, sobre anjinhos e todo o aspecto espiritual da morte, mas sim, eu falei, só não dei prioridade a essa parte.
Sempre ensinei minha filha, e um dia ensinarei meus outros dois filhos, que, por mais que a gente acredite nisso ou naquilo, nada é certeza. Fé é algo muito pessoal, e não deve ultrapassar o limite da crença individual e ser atirado na cara do outro como verdade absoluta!
Eu tive uma orientação religiosa, desde criança, baseada no espiritismo. Eu creio nisso, e acabei ensinando muitas dessas coisas pros meus filhos, então, minha filha também acredita, porém, eu não sei no que ela vai acreditar ou deixar de acreditar quando tiver suas próprias opiniões, quando não for mais criança.
Quero que ela entenda tudo acerca da morte de uma pessoa querida, não quero que ela, um dia, pense em Deus ou qualquer outra entidade religiosa com mágoa ou raiva, porque simplesmente levam as pessoas que ela ama pra outra dimensão.
Ela deve entender, em primeiro lugar, que o corpo envelhece e adoece, e depois, não tem mais condições de ter uma vida, então precisa morrer, para que mais humanos possam nascer sem que uns pisem nas cabeças dos outros. Esse é o processo natural!
Tem, também, um motivo que me fez decidir por essa abordagem: nem todas as amiguinhas da Sabrina acreditam em Deus. Cada família tem sua forma de ver as coisas. Eu não queria que, nesse momento tão delicado, surgisse uma possível discussão entre ela e as amiguinhas, sobre o destino de alguém que morreu.
Sou leiga no assunto de lidar com a morte, mas considero que nessa primeira experiência eu consegui meu objetivo, que era causar menor dor e impacto possível nos meus filhos. Doeu, claro, em nós todos, mas doeria muito mais se eu visse meus filhos inconsoláveis.
Sabrina, depois que eu expliquei tudo, decidiu ir se despedir da vó, eu também fui, mas o Bernardo não quis. Ela lhe deu uma florzinha, a última, pois ela sempre teve o hábito de nos trazer flores da área verde do prédio desde os 3 aninhos de idade, mais ou menos.
Ela me perguntou se a vó levaria consigo a florzinha. Respondi como um espírita responderia: "Não exatamente ela levará a flor, Sabrina, mas com certeza, onde quer que ela esteja, receberá todo o amor e carinho que você depositou na florzinha!"
E com os olhinhos cheios de lágrimas, ela sorriu, e se alegrou de saber que nossa querida véinha chata receberá seus sentimentos. Quer presente melhor do que os sentimentos de uma criança??? Tão lindo e puro quanto isso, não há quase nada nesse mundo...


Vó, saiba que sempre te amaremos e continuaremos nossa família, como aprendemos contigo. Apesar de todos os defeitos que temos, o amor sempre irá ser maior que tudo! Muito obrigada por ter sido essa pessoa que você foi!

Vó Albina e vô Antônio


Albina Violin Fernandes 
*12/07/1929
+20/06/2013

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Relato de parto - Nascimento da minha Melissa

Tudo começou com as contrações de treinamento, que desde as 30 semanas eu senti bem fortes... E o abandono do meu GO, que me deixou a ver navios em plena 37ª semanas do segundo tempo, porque não marquei cesárea.

Eu já tinha completado 40 semanas, e até então, nada das contrações pegarem o ritmo certo, aquele famoso "5 em 5 minutos". Elas eram muito fortes mas vinham totalmente sem ritmo, então, fiquei esperando...

Combinei com minha mãe de dar uma passada na maternidade pouco antes de completar 41 semanas, no sábado, pois precisava saber o que fazer, quando voltar, se caso não entrasse em trabalho de parto. Enquanto isso, terminava uns detalhes do quartinho dos meus filhos...

Fiz muito esforço, muito mesmo.

Quinta feira 21/03 comecei a ter mais contrações, com mais dor do que as que eu já estava sentindo, e com maior intensidade...

Sexta feira, 22/03, mesmo com bastante contrações, terminei o quarto dos meus filhos, mas pensei que não aguentaria, já que a dor das contrações estava se intensificando. Pensei que iria entrar em trabalho de parto a qualquer momento, então esperei as contrações ficarem regulares. Nada de acontecer isso...

Sábado, 23/03, acordei com muitas contrações, e mesmo estando irregulares, decidi ir ao hospital conforme combinado com a minha mãe, achei que eles pelo menos me diriam quando voltar se fosse necessário induzir ou poderiam fazer algo pra ajudar a acelerar o processo, se houvesse necessidade... Nisso eu já estava com 40 semanas e 4 dias...

Como eu havia feito muito esforço, achei que toda essa situação se devia a isso, que essas contrações ainda eram as de treinamento, porque elas não pegavam ritmo, apesar da dor já estar forte.

Saí calmamente de casa, claro que tirei uma foto antes né, afinal poderia ser a última foto  grávida. Fui pra casa da minha mãe de ônibus. As contrações só piorando, mas nada ainda de pegar ritmo... Chegando lá, comi umas três bolachinhas salgadas, pois só havia tomado café da manhã, e saímos rumo ao hospital...

Um pouco antes de ir para a maternidade,
parece que estou segurando uma bola de
praia, mas é só a barriga rsrs
Minha mãe teve a "genial" ideia de irmos de trem, pois fica próximo da casa dela, coisa de 15 minutos dali, e eu fui mais "esperta" ainda de topar... Descemos a rua, eu percebi 4 ou 5 contrações no trajeto, muito mais fortes do que de costume. Pensei que ainda não deveriam ser as verdadeiras porque também estavam sem ritmo certo, tipo, veio 2 ou 3 logo seguidas uma da outra, e a próxima daqui 8 minutos... Nem eu estava mais entendendo, mas logo teria uma explicação né... rsrs

Entramos na estação, e as contrações presentes cada vez mais, mas o trem não chegava...
Eu já irritada, a dor piorando por isso, e eu condenando mentalmente minha mãe por ela não ter me ouvido quando eu disse que topava ir de trem, mas preferia o metrô...

Mais ou menos 40 minutos de espera depois, o trem chega... LOTADO! 
Depois de um pouco de aperto, conseguimos entrar... Consegui lugar preferencial e sentei. Sempre prestando atenção na minha barriga e no que estava sentindo, morrendo de medo de entrar em trabalho de parto lá dentro mesmo...

Seguimos viagem, tranquilo até, chegamos no metrô, as dores se intensificando mais e mais, e eu já começando a suspeitar que não voltaria pra casa, mas pensando que não me internariam só por causa de dores bestas e contrações irregulares...

Chegando lá no hospital, explicando tudo o que sentia e as pessoas me dizendo que ela deveria nascer, esperei pela resposta definitiva...

Já na sala de pré parto, me deitaram na maca de barriga pra cima pra fazer o cardiotoco... Nossa, muito desconforto, aquele elástico na barriga, eu com aquela barriga imensa me sufocando, e contrações e mais contrações...

Acabando aquilo (ufa!), a enfermeira obstetra me diz que eu realmente estava com contrações, que a frequência cardíaca do bebê estava boa, mas que os movimentos estavam fracos. Me perguntou sobre alimentação e me deu uma bronquinha básica porque eu não tinha comido quase nada e isso dá hipoglicemia, o que diminui os movimentos do bebê... Mas também, ninguém me deu nada o que comer né, grande preocupação a deles, eu nem sabia que ia parir dali a algumas horas!

Daí ela foi fazer o (maldito) toque... Me surpreendi quando ela disse 5 centímetros de dilatação... Como assim??? E eu ainda sonhando que voltaria pra casa... 

Daí ela disse que fariam um exame no líquido amniótico... GELEI! Pensei que colocariam uma agulha na minha barriga, já ouvi falar nisso mas nem sonhei que fariam comigo...
Fui pra sala da médica, deitei em posição ginecológica (barriga pra cima outra vez, tortura!) e ela foi fazer o toque... A maldita praticamente me estuprou!!! rsrs
Bem, ela com certeza fez o descolamento, porque a mão dela ficou toda cheia de sangue e eu não estava sangrando...
Ela me perguntou se eu teria problemas com internação no plano de saúde, pra que pudesse estourar minha bolsa... Assim verificaria o líquido... Daí eu falei que não tinha problema e a bolsa foi rompida... Pedi pra minha mãe ligar pro meu marido e mandar ele já ir levando bolsas e malas pra maternidade pois nossa filha iria nascer!!! =)

Ele ficou meio nervoso, perdido... Depois eu só soube das histórias, ele lá sem saber o que fazer, muito engraçado por sinal KKKKK

Depois disso que a médica fez, as contrações pegaram ritmo, e a dor piorou demais!!!

Perguntei quando poderia tomar anestesia, e a enfermeira me disse que a partir dos 8 cm de dilatação... Eu pensei "Nossa, vou esperar TUDO ISSO???", já imaginando que levaria horas com aquela dor, até dilatar mais 3 ou 4 cm...
Cheguei a pensar em não tomar, meu sexto sentido me dizia isso, mas minha teimosia foi maior.

Não estava afim de que me colocassem Ocitocina no soro, mas queria que fosse mais rápido, mesmo que doesse mais, afinal, já tava estressada, dois dias de dor o tempo todo né... Estressa muito... Então, nem questionei quando colocaram...

Coisa de meia hora depois, dilatei tudo o que precisava pra tomar anestesia, assim como pra ir pra sala de parto!!!

Me levaram pra sala de parto. Tudo o que eu queria era anestesia, eu já havia planejado isso, não desejava sentir as dores das contrações por muito tempo. Já estava com dor faziam alguns dias e só queria me livrar da dor e colocar minha filha no mundo!

A médica já havia me pedido pra fazer força durante as contrações, eu até pensei que seria uma boa se a bebê nascesse antes de tomar anestesia, e que acabasse logo, mas fiz força e não consegui faze-la nascer...

O anestesista me pediu pra relaxar, mas naquela altura estava difícil porque as contrações estavam muito próximas umas das outras, não me dando espaço pra relaxar... Daí ele tentou umas 3 ou 4 vezes me anestesiar e não conseguiu... Foi ruim ser furada tantas vezes, pensei em desistir, mas sei lá porque, com dor, não estava conseguindo fazer a força necessária, então decidi deixa-lo tentar me anestesiar...

Quando ele conseguiu, e eu estava já sem dor, nossa, senti muito alívio!!! A sensação de ter as pernas levemente dormentes é até que gostosa!

A médica pediu pra eu fazer força, e eu fiz a cada contração. Mas ela ainda não havia saído...

Nisso minha mãe chegou, já que não teve tempo do meu marido chegar... Ninguém imaginou que as coisas seriam tão depressa... Imaginei que isso fosse durar pelo menos umas 3 horas a mais...

A médica disse que eu tava fazendo força na parte de cima do corpo, que deveria fazer força de cocô... ¬¬
Claro que eu sabia disso, e estava fazendo do jeito certo... Mas a bebê estava um pouco longe de sair apesar de já poder ser vista...

Umas 4 ou 5 forças depois, uma enfermeira disse que ia me ajudar a empurrar, e colocou o braço sobre minha barriga pra ajudar...
Confesso que isso me incomodou, me irritou, mas eu deixei.

Jajá eu fiz mais uma força, assim que percebi a contração... É muito estranho, mas mesmo anestesiada dá pra perceber. Não dá pra sentir a dor, mas dá pra saber quando vem uma contração e sentir o bebê saindo!!!

Percebi que a cabeça estava já pra fora, percebi que a médica cortou pra abrir passagem (tinha esquecido de pedir pra não cortar, pois é procedimento padrão em hospitais fazer o que), e depois percebi o corpinho saindo enquanto eu forçava muito!!!

Perguntei sobre o corte, ela disse que não gosta de fazer, mas fez porque a cicatriz do meu corte antigo estava quase abrindo, mas havia feito bem pequeno... Não gostei dela ter feito algo comigo sem me consultar antes, mas já estava feito, então, decidi não estragar o terceiro momento mais importante da minha vida! 
Decididamente, eu não queria a episiotomia, mas ela fez, e pra piorar, do outro lado onde não havia uma cicatriz.


Logo nasceu minha bebê, com 47 cm e 3.255... Linda!!!

Eles me mostraram ela, eu peguei na mãozinha, mas levaram rapidinho porque ela estava começando a ficar arroxeada de frio... Enquanto isso, a médica costurava o corte. Levei só 3 pontinhos, menos mal né...

Minha mãe disse que ela estava com uma circular de cordão, isso porque eu havia feito uma ultrassom fazia apenas uma semana, e não havia circular... Do nada, aconteceu, e a médica simplesmente tirou... Já havia mudado meu conceito sobre circular de cordão e partos normais, mas isso me fez enxergar mais ainda que não preciso ficar insegura, que não tem nada a ver ter parto normal com circular, já que nem dá pra saber quando terá uma...

Depois me trouxeram ela outra vez, pra ver se ela mamava, mas ela não pegou... Fiquei com ela no colo por um tempo... Ela nasceu muito espertinha!!! Apgar 9 e 10!

Depois, fui me recuperar da anestesia, o que foi muito rápido, já que não fica totalmente anestesiado, só fica um pouco dormente... Minha bebê foi pra uma espécie de berçário tomar banho e ser observada antes de ficar comigo em alojamento conjunto... Essa parte é uma tortura, pois eu queria ficar com minha filha!

Ela nasceu com dois "galos" na cabeça, o médico disse que isso se chama céfalo hematoma, e que é devido ao trabalho de parto, pois o bebê empurra com a cabeça e causa esse trauma, mas é absorvido em cerca de 2 semanas e não faz mal... O raio X deu tudo normal também, então, só esperar absorver...

Depois do parto, vieram as cólicas e mais contrações... Dá pra sentir o útero querendo voltar ao tamanho normal... Não sei as mulheres por aí que dizem que a dor passa milagrosamente depois do parto, mas pra mim não passam!

Bem, sustos e sustos depois, com a notícia que ela tem sopro no coração, depois de uma febre e exames de sangue, além do céfalo hematoma, conseguimos ir pra casa, mas ficamos um dia a mais internadas!

Pena que a câmera não chegou a tempo, então, não tenho foto do momento do nascimento...

E então, depois dessa louca aventura, e dos sustos que, dessa vez, começaram logo cedo, pude conhecer minha bonequinha! Pega-la no meu colo foi a terceira sensação mais incrível da minha vida!!!




O estereótipo de VACA LEITEIRA!

Gostaria de falar sobre algo que não me contaram, uma informação que poderia ter salvo a amamentação do Bernardo, que só durou um mês.
É muito comum mulheres que tem bebês falarem que "seu leite não sustenta", que "não tem leite", ou que "sua produção é baixa".
Mais comum ainda é pediatras (não generalizando, pois tem pediatras muito bons que são a favor do aleitamento materno) e pessoas desinformadas, desacreditando as mulheres, encucando na cabeça delas que seu leite é fraco, que precisam complementar, dando a entender que a natureza errou só com as humanas mas acertou com o resto da natureza, pois a única mamífera que não consegue sustentar sua cria com seu leite é a mulher!
Daí, quando é plantada a sementinha da dúvida, a mulher se pega pensando se realmente é capaz de sustentar seu bebê. A primeira coisa que ela faz é tentar ordenhar, pensando que vai conseguir tirar dois litros de leite e provar para todos (principalmente para si mesma) que consegue. E é agora que vem a decepção.
Nem toda mulher vai conseguir tirar muito leite! Nem toda mulher fica vazando o dia todo, como uma torneira aberta ou como um chuveiro ligado!
O que acontece é que o corpo ajusta a produção à quantidade de leite que o bebê mama. 
Nem todo choro do bebê é fome, mas se a mãe der complemento, ele vai dormir, pois o leite artificial é pesado e o corpo precisa guardar toda energia possível para digeri-lo.
Toda vez que o bebê toma outro leite, é uma mamada a menos, o que resulta em um estímulo a menos, ou seja, menos produção!
Quando o bebê mama, ele consegue sugar o leite que a mãe não consegue ordenhar com a mão. E essa sucção é benéfica para os músculos faciais dele.
Lembre-se, também, que o peito não é estoque. O leite vai sendo produzido durante a mamada, ou seja, o bebê pode mamar a vontade que ele nunca vai esvaziar totalmente o seio. O que acontece que o leite posterior (falo sobre ele aqui) é um pouco mais difícil de sair. Quando o peito já está bem molinho, a mãe pode trocar, para o bebê esvaziar o outro.
Mesmo que você achar que tem pouco leite, que aquela gotinha não é o suficiente, que esse leite é fraco demais, tente amamentar! Você vai notar que seu bebê vai ganhar o peso necessário!
O estômago do bebê é minúsculo, não precisa de litros para encher. Tudo o que é produzido no peito é o suficiente para satisfazer o bebê.
Lembre-se, também, que você deve acreditar em si mesma, isso é essencial para o sucesso da amamentação! O psicológico influencia muito! De resto, bastante água e muito estímulo, que vai dar certo!

Bernardo e o Mutismo Seletivo...

Um belo dia, num passado (graças a Deus) distante, o Bernardo levou um tapa do pai dele. Nesse dia, eu virei o bicho pra defender minha cria, e voei no pescoço do meu ex... 
Perdi a noção de onde estava, do que estava prestes a fazer... De TUDO! Mas acabei foi piorando a situação, pois meu filho se assustou com o tapa, e entrou em pânico quando me viu, parecendo uma leoa, tentando arrancar o couro do pai dele...
Bem, não importa o que aconteceu depois, mas no final de tudo, minha família inteira se envolveu na briga, e os vizinhos chamaram a polícia, que conversava lá fora com meu ex aquele cretino, e meu filho chorava junto da irmã e da minha avó, todos trancados em um quarto até a briga terminar...
Bernardo tinha por volta de três aninhos quando aconteceu isso. Depois eu retardada acabei me entendendo com meu ex, voltamos, depois brigamos e terminamos, depois voltamos outra vez, e assim sucessivamente, até que eu deixei de ser otária e deu logo um fim na palhaçada. Enfim, isso é uma longa história que um dia, talvez, eu conte...
Pois bem, nessa época, o Bernardo estava começando a se comunicar melhor, pois ele já falava. Eu nunca tinha percebido nada de errado, nunca tinha prestado atenção se ele conversava ou não com estranhos, e assim continuou até depois do dia em que ele apanhou do pai.
Um tempo depois, com 4 anos, Bernardo entrou na escolinha, e foi aí que tudo começou...
A professora e a diretora me perguntavam se ele falava com outras pessoas fora da escola, pois na escola ele nunca tinha falado uma palavra sequer, e eu dizia que ele falava sim, com as pessoas da família e os amiguinhos do prédio, mas ele era um pouco tímido com pessoas que não conhecia.
Acreditei que essa "timidez" logo fosse embora, e ele ia brincar com os coleguinhas da turma, e tudo ficaria normal. Bem, a timidez foi embora, ele passou a interagir com os coleguinhas da turma, participava de todas as atividades propostas, mas a voz dele ninguém nunca havia escutado...
A diretora sugeriu acompanhamento psicológico, mas eu não tinha dinheiro no momento para pagar, então, adiei um pouco isso, até ter condições.
Eu ainda não estava me importando tanto, até que a diretora passou a me ligar para ir até a escola, dias após dias, levar uma troca de roupas, pois ele estava fazendo xixi na roupa. Ele preferia ficar segurando até não aguentar mais, a ter de pedir para a professora deixa-lo ir ao banheiro..
Isso durou meses e meses, até que eu decidi que precisava fazer alguma coisa, o tempo estava frio, e ele levava uma mochila muito pesada de tanta roupa. Fora que não é saudável nem agradável segurar o xixi até a exaustão, e terminar por solta-lo na própria roupa, no sapato e ficar todo molhado. Decidi colocar fraldas para que ele pudesse continuar frequentando a escola de forma digna e confortável, pois já havia se passado tanto tempo, que eu já estava perdendo as esperanças de que ele falaria tão cedo.
Eu não queria, jamais, que ele voltasse a usar fraldas durante o dia, já que a noite ele ainda usava, porque não conseguia acordar para usar o banheiro, mas não havia jeito, ele amava a escola, e estava fora de cogitação tira-lo de lá.
Com as fraldas, parece que funcionou melhor na escola, já em casa houve um pequeno retrocesso, pois ele queria usar fraldas durante o dia e a noite, como se fosse um bebê novamente. Ele demorou a entender que só usaria fraldas na escola, e durante a noite.

Um dia, o Bernardo acordou com febre. Não o mandei para a escola e o levei ao pediatra do AMA, ao lado de casa. O pediatra tentou falar com ele, e obviamente, não obteve resposta alguma. Ele questionou se meu filho ainda fazia acompanhamento e eu falei que não, já havia parado com pouco menos de um ano, e contei pra ele que o Bernardo era assim com muita gente, inclusive na escola, que frequentava há meses. Ele me deu um encaminhamento para pediatria e me pediu para falar tudo aquilo na consulta, e pedir encaminhamento para a psicologia.
Fiquei feliz, pois consultas com psicólogos não costumam ser baratinhas, e ele teria de esperar se eu tivesse de pagar.
Assim que saiu a vaga, levei o Bernardo, e passei por uma espécie de entrevista, onde a psicóloga perguntou tudo e mais um pouco da vida de todos que conviviam com meu filho, principalmente, sobre a minha vida e a dele.
No final da consulta, ela me falou que o que ele tinha era mutismo seletivo (quem quiser saber um pouco mais dá uma clicadinha aqui) e me perguntou se ele havia passado por alguma situação de violência, algo que o marcou, que o assustou... É claro que eu me lembrei do dia do tapa, pois ele nunca havia passado por nada pior do que aquela situação, aliás, além desse dia, ele sempre teve uma vida tranquila e nunca tinha passado por nada traumático! Ele não presenciou as brigas feias que eu e o pai dele tivemos.
A psicóloga concordou que esse momento foi muito traumático para ele, devido ao relato que fiz a ela, contando sobre a reação dele, o choro assustado, e o pânico que ele ficou quando viu a polícia na nossa porta. Ela disse que isso teria sido o estopim, o motivo disso tudo ter começado. 
Depois disso, ele passa em consultas semanais, sem previsão de alta.
Hoje em dia, ele já mostrou o quanto melhorou! Consegue conversar com pessoas que não conversava. Só não entendo o porque ele fala errado de propósito com essas pessoas, parece que está aprendendo a falar só agora...

Um dia desses, um tio meu ofereceu cem reais, para que ele falasse seu nome, mas ele não conseguiu. Depois ele ofereceu cinquenta pra ele falar "tio". Pra minha surpresa, não é que ele falou???
Depois disso, ele falou com todas as pessoas que estavam lá, tudo errado, mas falou! Em outra época, isso seria inimaginável!

Nas pesquisas que fiz, e depois que assisti no Discovery Home&Health um documentário sobre mutismo seletivo, vi as dificuldades que as crianças tem na escola, na alfabetização e em muitas das atividades, porém, não fiquei com tanto medo, pois meu filho é inteligente, tanto que já está lendo muito bem para uma criança de apenas seis anos.
Ele ainda não fala com certas pessoas nem em certas situações (pode dar o dinheiro que for rsrs), mas ele já está vencendo isso, e em breve já não será um medo falar com as pessoas!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Escolhas e consequências

Tem dia que acho que vou surtar com essa casa e meus filhos... Tem dia que eu tenho certeza!
Escolhi ficar em casa, cuidando de tudo por aqui. Não quero meus filhos com uma pessoa estranha, nem quero a Mel em uma escolinha o dia inteiro... Como moro longe de tudo e de todos, cá estou, somente cuidando da casa e dos filhos!
Seria muito difícil morar onde moro, ter meus filhos um estudando em cada horário (não consegui de outra forma), o Bernardo fazer acompanhamento psicológico toda quinta-feira a tarde, e ainda precisar conciliar tudo isso com um trabalho ou uma faculdade, por exemplo.
Então, já que eu quis ter mais um bebê, não vou castiga-los por uma decisão minha, vou adiar meus planos e ser feliz enquanto posso cuidar deles!
Fico muito contente por saber que estou acompanhando tudo, cada fase, podendo estar presente e educar da forma que quero!
Por outro lado, cada escolha tem suas consequências, e a consequência das minhas é não conseguir dar conta de casa, filhos, gatos,  de mim mesma, e ainda ficar linda e cheirosa pro marido... Aliás, isso é uma coisa que exigem da mulher, mas que não deveriam! Sou humana, não um robô! É um absurdo, mas parece que algumas pessoas nunca vão reconhecer o valor e a quantidade de trabalho que tem a pessoa que cuida da casa! Parece que a tal "dona de casa" fica o dia inteiro sentada com a bunda grande no sofá, comendo do bom e do melhor (que ganha de favor do marido legal que trabalha para sustentar tudo, coitadinho) e a casa se limpa, se arruma sozinha!
Nosso trabalho no serviço de casa é tão importante quanto o trabalho realizado fora, o que traz dinheiro. Alguém precisa cuidar das coisas do lar, e merece total respeito, pois trabalha muito duro também! A responsabilidade é tão grande quanto a de quem trabalha fora! Além do cansaço né...
Eu me canso, tenho noites mal dormidas com um pequeno carrapatinho grudado no meu peito, tem dia que meus filhos mais velhos não dormem muito bem e ficam me acordando, tem dia que eu não tenho disposição pra nada, tem dia que preciso sair e perco o dia na rua, tem dia que voa e eu nem vejo, tem dia que tá tudo de ponta cabeça e eu preciso dar um jeito... Enfim, não dá pra deixar tudo 100% em apenas um dia, e ainda conseguir amamentar satisfatoriamente minha pequena!
O problema não é a amamentação, pelo contrário, é o correto a se fazer! Não existe "escravidão do peito" como já cansei de ouvir por aí, existe uma escolha: O que é melhor para nosso bebê ou o que é melhor para qualquer outra coisa. Até para a escolha de amamentar exclusivamente eu precisei abrir mão de algo, e foi da casa. Não abandonei, não posso viver no lixo com meus filhos, mas tem coisas que não faço! Tive de decidir fazer o que é prioridade, o resto, se der eu faço, se não, fica pra outro dia...
E por falar em casa, me lembrei de uma parte da casa que não vê arrumação faz tempo: O meu guarda roupas!!! Acabo priorizando tudo das crianças (sei, preciso tomar vergonha na cara e me dar um pouco do meu tempo, pois não tem quem faça por mim, e eu também sou gente né), e o meu guarda roupa está uma verdadeira baderna!
Preciso arrumar, pois não estou muito em forma, então preciso ver o que vou ficar, o que vou doar, e o que vou guardar na esperança de um dia ainda me servir hahaha
Até isso, preciso escolher: Sobre o destino das minhas roupas! Pois decidi engravidar, o que mudou meu corpo outra vez, e nem tudo o que eu tinha antes vai ficar bom em mim...
Bem, decidir as vezes é difícil, mas a única verdade é que não podemos colocar nossas vontades malucas na frente da razão! Seja o que for que vamos decidir, precisamos de muita informação!!!


quarta-feira, 26 de junho de 2013

High Need Babies (Bebês que necessitam de muitos cuidados)

Achei esse texto, nos meus passeios pelo mundo da internet, e achei importante compartilhar:

O que são “bebês que necessitam de muitos cuidados"- a história da bebê dos Sears (High Need Babies) 

Nossos três primeiros filhos eram relativamente "fáceis". Eles dormiam bem e tinha rotinas de comer bem previsíveis. Suas necessidades eram fáceis de identificar e satisfazer. Na realidade, eu comecei a suspeitar que os pais que vinham em meu consultório pediátrico reclamando de seus bebês difíceis, que choravam muito, estavam exagerando! “Por que toda essa dificuldade com bebês?”, eu me perguntava.


COMO ELA AGIA

Então veio Hayden, nosso quarto bebê, cujo nascimento mudou nossas vidas. Nossa primeira dica que ela seria diferente veio em um ou dois dias. "Ela só quer colo," se tornou a frase frequente de Martha. Amamentar para Hayden não era somente fonte de alimento, mas de conforto. Martha se tornou uma chupeta humana. Hayden não aceitaria nenhum substituto. Ela estava constantemente no colo e no peito- e essa rotina constante se tornou muito cansativa. Os choros de Hayden não eram meros pedidos, eles eram exigencias! Amigos com boas intenções sugeriam, "Simplesmente ponha-a no berço e deixe-a chorar." Aquilo não funcionou mesmo. Sua persistência extraordinária a fez continuar chorando, chorando. Seu choro não diminuiu, pelo contrário, se intensificou. E nós não respondemos.

Hayden era excelente para nos ensinar o que precisava. "Contanto que a segurassemos, ela estaria feliz”, se tornou nosso slogan sobre como cuida-la. Se tentassemos deixa-la chorar, ela choraria mais e mais alto. Nós jogavamos o jogo ‘passe o bebê’. Quando os braços de Martha não aguentavam mais, ela vinha para os meus.

Hayden se tornou presente sempre em meus braços, no peito e nossa cama. Se tentássemos tirar uma pausa dela, ela protestaria contra qualquer babá. O slogan da vizinhança se tornou: Todo lugar que Bill e Martha vão Hayden vai atrás. Nós a apelidamos de "Bebê Velcro." Hayden nos abriu como pessoas. A virada veio quando nós fechamos os livros sobre como criar o bebê e abrimos nossos corações a nossa filha. Ao invés de ficar na defensiva com medo de mimá-la demais, nós começamos a ouvir o que Hayden estava tentando nos dizer desde o momento que saiu do ventre: "Oi, mamãe e papai! Vocês foram abençoados com um tipo diferente de bebê, e eu preciso de cuidados diferentes. Se vocês me derem esses cuidados, tudo vai ficar bem. Mas se vocês não derem, nós estaremos em longos conflitos." Logo que descartamos nossas idéias pre-concebidas de como bebês devem ser, e aceitamos a realidade que como Hayden era, nós nos entendemos muito melhor. Hayden nos ensinou que bebês não manipulam, eles comunicam.

COMO NOS SENTIMOS

Se Hayden fosse nossa primeira filha, nós teríamos concluído que era nossa completa culpa que ela não conseguia se confortar, porque éramos pais expirantes. Mas ela era nossa quarta filha, e dessa vez nós achávamos que sabíamos como cuidar de uma criança. Ainda assim, Hayden provocou que duvidássemos de nossas habilidades como pais. Nossa confidência foi defiando ao mesmo tempo que nossas energias se esgotando. Nossos sentimentos sobre Hayden eram tão erráticos como seu comportamento. Alguns dias éramos empatéticos e cuidadosos, outros dias estávamos exaustos, confusos e ressentidos das suas exigências constantes. Esses sentimentos confusos era estranhos para nós, especialmente após já ter criado tres outros “bebês fáceis”. Logo ficou óbvio que Hayden era um tipo diferente de bebê. Ela era “alimentada” de modo diferentes dos outros bebês.

O QUE FIZEMOS

Nosso desafio foi descobrir como uma mãe e pai dessa pessoa única conseguiria salvar alguma energia para nossos outros 3 filhos- e para nós mesmos.

Nosso primeiro obstáculo foi superar nosso passado profissional. Nós fomos educados na década de 60 e 70, então somos vítimas do tipo de ‘parenting’ que prevalecia na época- o medo de mimar, estragar. Nós entramos no mundo da paternidade e maternidade acreditando que era obrigatório controlar nossos filhos, senão eles nos controlariam. E havia um medo terrível de ser manipulados. Nós estávamos perdendo controle? Hayden estava nos manipulando? Consultamos livros, um exercício inútil. Nenhum livro sobre criação de bebês continha um capítulo sobre Hayden. E a maioria dos autores homens ou tinham passado da idade de criação de filhos, ou pareciam muito distantes do dia-a-dia de cuidados com bebês. Ainda assim éramos dois adultos com experiência, cujas vidas estavam sendo comandandas por um bebezinho.

Um amigo nosso psicólogo que estava nos visitando comentou sobre os choros de Hayden: "Nossa, seu choro é impressionante, ela não chora de modo bravo, como se exigisse algo, mas num modo esperançoso, como se ela soubesse que ela seria ouvida."

Hayden nos fez re-avaliar nosso trabalho como pais. Nós pensávamos que um pai ou mãe efetivos precisava estar sempre com controle da situação. Então percebemos que essa tendência era auto-derrotadora. Essa postura assume que existe um adversário na relação mãe/pai e bebê: o bebê está “determinado a te dominar”,então é melhor que eu domine primeiro. Hayden nos fez perceber que nosso papel não era de controla-la. Mas sim de cuidá-la e ajudá-la a se controlar.

Nosso trabalho como pais não era de mudar Hayden para um clone comportamental de outro bebê. Seria errado tentar mudá-la. (Quão sem graça seria esse mundo se todos os bebês agissem igual!). Seria melhor expandir nossas expectativas e aceitá-la do jeito que ela é, não do jeito que nós queríamos que ela fosse. Nosso papel como pais era como o de um jardineiro: não podemos mudar a cor da flor ou o dia de florescer, mas podemos plantar as sementes e aparar a planta de modo a florescer lindamente. Nosso papel era ajudar no comportamento de Hayden e nutrir suas qualidades especiais, então ao invés de serem defeitos esses traços temperamentais funcionariam no futuro em sua vantagem.

Onde ela deveria dormir? Ela acordava mais e mais, até que uma noite ela acordou de hora em hora. Martha disse, "Eu não me importo o que o livro diz, eu preciso dormir!!" Em seguida aconchegou Hayden do ladinho dela em nossa cama. Uma vez que descartamos a cena de um bebê que se auto-conforta dormindo sozinho no berço, todos nós dormimos juntos e felizes. Nós descobrimos que temos que ser seletivos nas pessoas que nos condoemos.

Quando discutimos nossos dilemas de como criar Hayden com nossos amigos, nós nos sentimos como se ela fosse o único bebê no mundo que não conseguia se satisfazer sozinha durante o dia ou se auto-tranquilizar durante a noite. Concluimos que ninguém poderia entender um bebê como Hayden ao menos que tivessem um bebê como Hayden. Eventualmente, Martha encontrou algumas amigas que pensavam de modo semelhante e se rodeou de amigos que nos apoiavam.

O que chamá-la? Hayden não se ajustava nas “classificações” existentes. Ela não era realmente uma bebê "inquieta, chorona", contanto que tivessemos-a no colo e atendessemos suas necessidades. "Espirituosa" era equivocado, todo mundo quer um bebê espirituoso. Ela não tinha "cólicas," porque não parecia ter dor. Nem a palavra "difícil" era realmente verdade; alguns poderiam implorar para ser diferente, mas nós achamos que segurar e ficar perto de um bebê a quem nos tornamos tão apegados não era tão difícil assim. Além disso, esses nomes eram tão negativos para essa pessoinha que parecia saber tão positivamente o que ela precisava e como obter. Não foi até muito anos depois, após conversar com dezenas de pais de bebês que também tinham uma necessidade tão grande de mamar frequentemente, de serem abraçados muito, de precisarem de muito contato humano a noite, que o termo “criança com altas necessidades” nos atingiu. Isso descreve da melhor forma esse tipo de bebê que Hayden era e o tanto de cuidado maternal/paternal que ela precisava.

No meu consultório pediátrico descobri que o termo "criança de altas necessidades" era psicologicamente correto. Quando pais totalmente exaustos chegavam no meu consultório para aconselhamento sobre seus bebês exigentes, eles já tinham recebido uma montanha de negativas: "Você dá muito colo a ela," "Deve ser seu leite," "Ela está te controlando." Todas frases tinham uma mensagem oculta de "bebê ruim e pais ruins." Eles se sentiam culpados de algum modo pelo modo que seus bebês agiam assim. Assim que eu pronunciava o diagnóstico "criança com altas necessidades," eu podia ver o alívio em suas faces. Finalmente, alguém tinha algo bom para falar do meu bebê! "Altas necessidades " soava especial, inteligente, único, e põe o foco na personalidade do bebê, aliviando pais da culpa em acreditar que seu bebê agia desse modo por causa de seu modo de ser pai ou mãe. Ainda mais, "altas necessidades" sugeria que havia algo que os pais poderiam fazer para ajudar o bebê. Ressalta a ideia de que esses bebês simplesmente precisam de mais: mais toque, mais compreensão, mais sensibilidade, mais ‘attachment parenting’ (criação com apego).

O problema do controle. Hayden causou bem cedo que nós re-avaliassemos a questão do controle. Gradualmente descobrimos que uma criança não pode controlar seus pais, ou os pais controlarem a criança. Ainda assim os pais devem controlar as situações, porque quando não há limites, a vida em família é um desastre. Nós precisávamos estar no controle de Hayden, fornecer-lhe as "regras da casa" e então controlar seu ambiente de modo que não ficaria impossível para que ela cumprisse essas regras. O que nos ajudou a se livrar desse medo-de-estragar e medo-de-ser-manipulado foi perceber que era melhor errar pelo lado de ser reativo demais e responsivo demais do que de menos. Enquanto trabalhavamos desenvolvendo um equilíbrio de respostas apropriadas, haviam vezes que respondiamos muito tarde, e outras vezes que respondíamos rápido demais. Mas sentimos que na dúvida, era melhor sempre responder. Crianças que são talvez mimadas um pouco (como muitos primogênitos geralmente são), vão desenvolver uma imagem saudável e confiar em seus pais. Com essa base é mais fácil recuar um pouco enquanto tenta-se criar um balanço saudável entre as necessidades dos pais e as da criança. O filho de pais que respondem pouco desenvolvem uma imagem pobre de baixa estima, e uma distância se cria entre pais e filho. Essa situação é difícil de consertar. Eu nunca tinha ouvido pais em meu consultório pediátrico dizerem que eles desejavam que não tivessem que dar tanto colo ao bebê. Na verdade, a maioria, se pudessem voltar no tempo, teriam dado mais colo a eles.

Nós não estávamos preparados para a criança com opinião fortíssima que encontraríamos em Hayden. Nossos outros filhos mais velhos tinham respondido bem a dicas verbais, mas Hayden parecia não nos ouvir. Então, ao invés de repetir constantemente "não, não toque " (o que era fútil), nós a ensinamos que na casa toda existiam os pontos “sim, toque”, e “não, toque”. Nosso trabalho era fazer os locais "sim, toque" mais acessíveis a ela que os locais proibidos, então ela poderia aprender a se controlar. Hayden conseguia operar seus controles internos num ambiente que tinha ordem e estrutura em certo ponto (cada casa faz isso de modo diferente). Quando ela teve oportunidade de se comportar apropriadamente independente de infinitos nãos de nossa parte, ela começaria a ter um senso de seus próprios controles internos.

Nossas necessidades x suas necessidades. Na metade do primeiro ano de Hayden percebemos que ser pais de um bebê de altas necessidades poderia ter um efeito "para melhor ou para pior " na relação marido-mulher. Facilmente as coisas saiam do controle. Uma criança de altas necessidades pode facilmente dominar a casa. Havia épocas em que Martha se arriscou se “queimar” de tanto se doar. Um aviso de um incêndio vindo era Martha dizendo: "Não tenho nem tempo para um banho, Hayden precisa tanto de mim." Para sanidade de Martha, e no final das contas para sanidade da família toda, eu tinha que lembra-la, "O que Hayden precisa mais é de uma mãe feliz e descansada." Não era suficiente somente orar. Além de dedicar-se intensamente na casa e com as outras crianças, eu pegaria Hayden e cuidaria dela quando podia. Eu levaria ela para um passeio assim Hayden poderia ficar longe das vistas e mente de Martha por um tempo.

Ter uma criança de altas necessidades nos ajudou amadurecer a comunicação um com o outro. Houve sempre o dilema "suas necessidades ou nossas necessidades ". Nós tivemos que roubar tempo para nós mesmo, percebendo que mesmo o melhores pais ou mães pode ser minado se o casamento falha. Vi quão importante era para Martha que validassem suas atitudes de mãe. Eu sempre oferecia-lhe frases como "Você sabe melhor que ninguém”, mas também quando a vi esgotando suas energias sentia que tinha que intervir e ajudar. Eu me intrigava quando é que teria minha esposa de volta, mas percebi que não poderíamos voltar essa fita. Eu era um adulto, e Hayden passaria nesse estágio somente uma vez.

O pagamento. Hayden cresceu de uma criança de “altas necessidades” e uma adolescente super energética, e se formou na faculdade de (adivinhe) drama. Sua vida como bebê está em nosso livro THE FUSSY BABY. Ela as vezes abre esse livro e mostra a seus amigos, "Essa sou eu." Na noite de formatura enquanto pousava para foto, parecia tão adulta em seu vestido longo. Eu murmurei a Martha, "Bebês de alta necessidade completam," e essa mulher adolescente-adulta piscou para papai. Enquanto eu a escoltava pelo corredor para seu baile de formatura, nossas mentes e corações se encheram de lembranças daquelas cenas incontáveis de cansaço dos tempos de bebê e infância. Enquanto eu entrava na igreja de braços dados com meu “Bebê chorão” para transferí-la para o homem dos seus sonhos, percebi que essa mulhere madura e talentosa iria agora doar a seu companheiro e seus filhos o estilo de cuidado que nós tínhamos lhe dado. Martha e eu olhamos um para outro e pensamos, "Foi um caminho longo e difícil, anos com esse bebê no colo, peito, em nossa cama, muitos confrontos de disciplina, e esses anos todos de paternidade e maternidade com muito apego produziram uma pessoa confiante, misericordiosa, carinhosa. Valeu a pena.”

MUDANDO A PERSONALIDADE DA CRIANÇA "HIGH NEED"

As palavras que você usa para descrever seu filho mudarão conforme os anos passam, os traços que deixaram tão cansada durante a infância são canalizados em qualidades que farão seu filho um adulto interessante e dinâmico. Tente pensar de modo positivo na personalidade de seu filho. Rótulos que pareciam negativos serão traços positivos na personalidade do seu filho no futuro.

BEBÊ


alerta
intenso
desgastante
exigente
chora impressionantemente alto
inconsolável
supersensível

CRIANÇA

ocupado
nervoso
esgotador
espirituoso
energético
teimoso
impaciente
obstinado
perspicaz
desafiador
expressivo
inclinado a birras
interessante
”abraçável”

ADOLESCENTE- ADULTO

entusiástico
profundo
apaixonado
audaz
dominador
opinião forte
determinado
persistente
compreensível
justo
sociável
misericordioso
empático
cuidadoso
carinhoso

Fonte: http://solucoes.multiply.com/journal/item/34


Leite Anterior/Leite Posterior

É muito importante que, durante a amamentação, o bebê esvazie muito bem um seio, antes de trocar para o outro, pois o leite mais aguado, rico em sais minerais, e que mata a sede, sai primeiro (leite anterior), e o leite que mata a fome, rico em gordura (leite posterior), sai por último. Também é importante iniciar a mamada pelo seio que o bebê mamou anteriormente, assim, ele mama o leite mais gorduroso que restou da última mamada.
Algumas mães pensam que seu leite não está sustentando, pensam que é pouco e insuficiente. Pode ser que ela esteja oferecendo apenas o leite anterior e o bebê não esteja conseguindo mamar o leite posterior.
Mamães que, em algum momento, desejam que seu bebê mame o leite posterior mais rapidamente, devem ordenhar antes de oferecer a mama, para que seja retirado o leite anterior e se chegue no posterior, porém, devem lembrar que é muito importante que ambos sejam ingeridos!

Livre Demanda, o que é isso???

As mulheres que amamentam, provavelmente já ouviram o termo "livre demanda", mas o que ele quer dizer exatamente?
Amamentar em livre demanda, nada mais é do que deixar seu bebê decidir quando ele precisa mamar e o quanto, sem horários, sem tempo contado, sem nem lembrar que existe relógio!
É permitir que seu bebê se alimente, e também que sugue apenas por necessidade. Nem toda sucção é para beber o leite, ou se alimentar. O bebê tem necessidade de sugar também para sentir prazer!
Algumas vezes, o bebê mama para se nutrir, outras, ele mama para sentir a proximidade com a mãe, o cheiro, o aconchego do colo...
Livre demanda é permitir isso tudo! 
Claro que, diante de uma necessidade, podemos adiantar uma mamada ou outra, o que não vai prejudicar em nada o bebê, mas o correto é alimenta-lo quando ele quiser!
Se o bebê estiver espaçando muito as mamadas, o pediatra saberá dizer se ele está sendo bem nutrido ainda assim, mamando com menor frequência. Avise o pediatra, também, se o bebê dorme demais, pois pode ser necessário acorda-lo algumas vezes para mamar. Porém esses casos são minoria, e a maioria dos bebês dormem porque estão lindos e satisfeitos!

Sling, a Invenção do Século!!!

Sou mãe de terceira viagem, mas só ouvi falar do sling um pouco antes de engravidar da Melissa.
Confesso que vi pessoas usando, que sabia que existia (embora eu não soubesse da variedade de modelos), eu nunca dei bola...
Até que eu me vi sendo mãe de três crianças, precisando dedicar meu colo pra um bebê recém nascido, e duas crianças maiores, porém, dependentes de mim para muitas coisas!
Em todos os sites de relacionamento de mães, e comunidades de mães do Facebook, das quais faço parte, as meninas falavam sobre as maravilhas e os milagres do sling, e eu resolvi experimentar.
Comprei um sling de argolas da Best Sling e corri pra internet assistir vídeos, para aprender a usar!
Eu e a Melissa tivemos todo um tempo de adaptação, mas já passamos dessa fase. Eu demorei mais a me adaptar do que ela! rsrs
Quando se aprende a usar direitinho o sling, você se pergunta como vivia antes de ter um, e não sabe se seria capaz de viver sem ele!!!
Depois do sling, eu e a Melissa temos mais liberdade para sair, pois não dependemos do carrinho, que é muito difícil de ser transportado no transporte público, por exemplo.
Agora, com a Melissa no sling dela, devidamente acomodada e confortável, tenho mais liberdade para conduzir meus outros filhos, pois tenho minhas mãos livres. Além do fato de não sentir dores nas costas por carregar minha gordinha pesada nos braços.
Além de todos os benefícios que eu já citei, ainda tem o maior de todos, que é o aconchego no colinho da mamãe, onde ela dorme, mama, e se sente segura e feliz, onde quer que estejamos!!!