sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Aniversário de 10 anos da Sabrina, e também da minha maternidade!!!

Dia 20 de desembro minha princesa completou 10 anos... Gente, o tempo não passa, ele voa!!!

Me lembro como se fosse ontem, de perceber uma falha na menstruação, logo eu que sempre fui tão regulada!
Achei impossível ser uma gravidez, como poderia? A médica deixou muito claro que eu tinha ovários policísticos, e que seria difícil engravidar sem tratamento. Quando ela disse isso, eu preferi não pensar no assunto, deixar pra hora certa, pois tinha apenas 18 anos e ainda não pensava em ter filhos.
Naquela época, eu namorava com o pai dela fazia um ano mais ou menos, e passei a não me cuidar direito...
Uma amiga minha insistiu para que eu fosse fazer o teste de urina em uma UBS, e eu fui, só pra descartar a possibilidade.
Saí de lá com um belo POSITIVO nas mãos, chorando, desesperada!!! E ela rindo de mim...
Comecei a pensar no que eu tinha feito da minha vida, no que minha família pensaria de mim, se me expulsariam de casa ou me obrigariam a me casar... Foi a maior incerteza de toda minha vida!
Cheguei em casa, não poderia prolongar mais a incerteza, estava chorando apavorada, todos notaram. Contei pra minha mãe, e ela me acalmou...
Depois disso, sabendo que pelo menos eu não ia ser obrigada a me casar ou sair de casa (eu não tinha segurança pra isso ainda), me acalmei um pouco, e fiquei pensando como faria pra contar pro meu pai, porque ele sim ia surtar!
Passaram algumas semanas, chegou a data do ultrassom... Eu ainda não tinha certeza dos meus sentimentos em relação ao bebê, afinal, nem barriga eu tinha ainda! Aquela ideia parecia surreal!!!
Cheguei lá, fiz o ritual "levanta blusa, reclama do gel gelado que passa na barriga, olhar pra tela e tenta entender alguma coisa". Foi quando eu vi ali, o meu bebê!!! Não sei se há no mundo emoção maior!!! Ela estava ali, com seus 2,5 centímetros, mexendo os bracinhos freneticamente, e com dois cotos que seriam as perninas. Ela tinha 10 semanas!
Ali começou a acontecer o amor de mãe dentro de mim! Naquele momento eu percebi que seria capaz de tudo por aquele serzinho minúsculo, que eu ainda nem sabia quem era, só sabia que, por mim, seria a pessoa mais feliz desse mundo!
Ah, sabem aquela amiga que riu de mim??? Pois é, ela se descobriu grávida uns 2 meses depois de mim! Bem diz o ditado: Quem ri por último, ri melhor!!! kkkkkkkkkk
O tempo foi passando, e na medida que minha barriga crescia, crescia meu amor!!! Eu ainda não sabia se era menino ou menina, e apesar de desejar muito uma filha, eu não dava grande importância pra isso.
Lembro que a irmã da minha amiga me atazanava as ideias, dizendo que achava que era menino, e o da irmã dela era menina. Ela também estava esperando um bebê, era menina.
Não que eu não quisesse menino, mas sempre achei que as pessoas não deveriam achar nada... Com base no que se acha que é de tal sexo??? Em lendas de formato de barriga, enjoos e etc??? Isso não diz nada! É mito!
Quando eu estava de 5 meses de gestação (eu não contava por semanas como faço hoje em dia) fiz um ultrassom. As perninhas estavam fechadas e não deu pra ter certeza, mas o médico palpitou que era menina!
Fiquei muito feliz! Eu mal tinha saído da infância, e nas minhas brincadeiras, minha boneca era menina sempre! 
Logo que contei pras pessoas, ganhei de uma vizinha uma pantufinha rosa, bem feminina...
Mesmo sem ter certeza, eu passava nas lojas imaginando minha bebê dentro dos vestidinhos, dos sapatinhos, tão feliz que não cabia em mim!
Pena que tive uma grande decepção durante minha gravidez, que foi uma traição... Aquilo abalou muito minha auto estima, e eu me descuidei bastante, o que me fez ganhar mais peso do que deveria.
Mesmo assim, pela minha filha, eu prossegui com o relacionamento, mas não consegui por muito tempo, aquilo não me saiu da cabeça e acabei terminando uns 2 anos depois.
Eu era feliz a cada chutinho, a cada tremidinha que sentia! Amava ir na consulta escutar o coraçãozinho dela!
Enfim, eu tratei de comprar o enxoval, tentei fugir do cor de rosa, e comprei tudo de cor neutra! Mal sabia eu que logo ela estaria coberta dessa cor, e que amaria rosa!!! KKKKK
Eu fiquei um pouco nervosa no final da gestação, pois minha médica não queria falar sobre parto. Baseada na experiência da minha mãe, eu optei por cesárea, mas a médica não falava nada!
Na penultima semana, troquei de médico, e o novo médico nem discutiu comigo a possibilidade de parto normal... Ele só concordou e marcou a data. Hoje em dia eu penso diferente, mas na época, fiquei muito feliz por saber que logo veria o rostinho da minha princesinha!!!
Um dia antes dela nascer, minha mãe fez uma lasanha, que eu estava com muita vontade de comer. Eu quase não consegui dormir de ansiedade.
Chegou dia 20/12/2003, a data que eu mais esperava na minha vida, e eu fui para a maternidade. Lá eu esperei no pré parto, e acabei passando nervoso pela discussão do meu pai e o pai da minha filha, mas logo me internaram.
Eu fui pra cirurgia. Lá os médicos me trataram bem, conversaram comigo o tempo todo, perguntaram muitas coisas sobre mim e minha filha. 
Quando ela nasceu, pude ouvir um resmungo, e logo a enfermeira me mostrou, enrolada em um paninho, aquela coisinha linda, perfeita, que chupava as mãozinhas com toda a força... Era ela! Minha filha linda! A coisinha mais linda de todo o meu universo!!!
Chorei algumas lágrimas, mas levaram ela embora, e acabou minha emoção...
Bem, ainda assim eu estava feliz pois sabia que a veria, pegaria no colo, daqui a pouquinho!
Quando eu pude pega-la no colo, foi mágico!!! Pude ve-la vestida nas roupinhas que comprei com todo carinho pensando em como ficariam nela. Pude tentar amamentar, embora tenha sido difícil e eu só tenha conseguido algum avanço depois de dois dias...
Sei que, quando a segurei, percebi que aquela coisinha pequena veio de mim, era minha, pra sempre, e nada nesse mundo poderia me fazer não ama-la mais que a vida!



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Salto Alto??? Acredite, é Dispensável!

Gente, hoje eu decidi escrever sobre um assunto que eu não costumo opinar, que é sobre sapatos!!!
Decidi escrever sobre isso depois de rever as fotos do casamento do meu irmão, pois fui madrinha, e adivinhem: Eu não usei salto alto, e ainda assim todo mundo adorou minha roupa!!!
Eu usei um vestido longo com uma sapatilha prata de bico fino! Fiquei super confortável o tempo todo e fui até dançar, coisa que não costumo fazer, mas se tivesse me matando pra andar em cima do salto, daí que não faria mesmo!!!
Bem, eu não tinha a Mel pequena, e nem estava grávida, mas usei sapatilha por dois motivos: Eu não uso salto, e também meu marido é do mesmo tamanho que eu, e eu não ficaria confortável em ficar mais alta que ele.
Fui pesquisar se era possível usar sapatilha em um evento mais formal, e descobri que sim, além de possível, fica super bonito!!! Quem optou por usar, ficou muito elegante, e quem é mãe e não tem segurança de andar de salto grávida ou com bebê no colo, de forma alguma ficou "mal vestida" em relação as outras que usaram saltos.


Essas sapatilhas, por exemplo, na minha opinião, são super lindas, estilosas, e confortáveis. Nós que somos mães e precisamos de todo conforto, nada melhor do que um sapato assim, que poderá nos acompanhar e não acabará ficando embaixo da mesa enquanto você descansa seus pés escondida, ou ficando no caminho quando você precisa sair correndo atrás do seu filho que está puxando a toalha da mesa!!! kkkkk
As opções são inúmeras, e não é difícil encontrar.



Procurando mais informações, descobri até sapatilhas de casamento!!! Isso salvou meu futuro casamento, afinal, não quero estar desconfortável, e andando igual um ganso manco no meu dia. Além do fato que o noivo ficaria mais baixo se eu usasse qualquer tamanho de salto.
Gente, até a noiva pode!!!



E essa sapatilha de noiva, que é de plástico??? É pra deixar qualquer uma de queixo caído! Primeiro, porque cá entre nós, ela é linda, e segundo, todas ouvimos a vida toda que não há nada mais brega do que plástico né!
Embora eu discorde da breguice do plástico, nunca imaginei que pudesse ser usado pela noiva!



Ainda pesquisando, pois eu não queria ser o ET da festa né, eu descobri uma mulher famosa que usa sapatilhas em eventos, pois o marido é mais baixo. Eu não a conhecia, o nome dela é Carla Bruni, ex modelo e primeira dama da França.
De acordo com esse site, ela já foi eleita uma das mulheres mais bem vestidas do mundo, e dividiu o posto de primeira dama mais elegante com Michele Obama!!! Isso porque ela vive de sapatilha hein!!!
Depois fui pesquisar famosas que aderiram as sapatilhas, e descobri várias! 
Se elas podem, porque nós também não poderíamos???
O segredo está em achar a roupa certa, mas aí vocês vão precisar descobrir isso em blogs ou sites de moda, pois eu sou leiga no assunto, e acredito que não devo opinar sobre... Mas acreditem, há uma variedade enorme de roupas para todas as ocasiões, que vão bem com sapatilhas, assim como há sapatilhas lindas que podem ser usadas nas mais diversas situações do dia-a-dia!










sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ser Mãe

Tem uma coisa na minha vida que me faz feliz, aliás, três agora...
Meus filhos!!!
Eles são os amores da minha vida!!!

Minha princesa, Sabrina, é um amor!
Ela sabe o que falar numa situação difícil, tem uma sabedoria que poucas crianças tem! E não é só sabedoria não, ela é muito inteligente também! Só tira notas boas, só elogios na escola e na maioria dos lugares que vou com ela!
Ela é linda, parece uma boneca!
Foi com ela que eu soube, pela primeira vez, o tamanho do amor que uma mãe pode sentir pelo seu filho!!! Que eu soube que a felicidade maior do mundo era saber que ela estava saudável e feliz!!!
Meu mundo se tornou cor de rosa e lilás, e eu adorei!!!

Meu bebezão, Bernardo é muito especial! Ele tem todo o jeito dele, muito diferente das outras crianças, mesmo que as outras pessoas não entendam muito bem...
Eu sei o quanto ele é sensível, delicado... mesmo parecendo grande e forte, ele se machuca muito fácil...
Ele já é do tipo que não gosta de fazer as obrigações, tipo, guardar brinquedos nem nada, mas ele é uma criança como todas as outras nesse aspecto, que também não gostam!
Ele adora ser mimado, ter atenção, conversar... Eu adoro dar isso a ele, mesmo que algumas vezes eu me canse de tanto que ele fala rsrs
Sempre muito elogiado quanto ao comportamento, na escola faz todas as atividades e se sai muito bem! Fala umas coisas que faz a gente pensar "de onde que ele aprendeu isso???" e é um menino lindo!!!
Luto muito pra ele ser um grande homem, diferente de muitos homens que eu tive o desprazer de conhecer...
Meu mundo rosa e lilás cheio de princesas, começou a ganhar tons de azul e muitos carros, desde que fui mãe de um menino!!!

Minha mais nova princesinha, Melissa, ainda não sei como será... Mas vou dar meu máximo para que ela seja uma pessoa linda por dentro, pois por fora, eu como mãe, é claro que vou achar que é!
Já amo essa menina, e ela já é uma guerreira desde que era só um embrião! Permaneceu aqui, mesmo com grandes chances de não sobreviver...
Espero que ela traga dentro de si essa garra, esse amor pela vida, essa força enorme!!!
Não vejo a hora de ver o rostinho dela!!! Não tem felicidade maior no mundo do que sentir o amor, e esse momento é um daqueles onde sentimos o amor com toda a intensidade possível!!! Com certeza, o melhor momento da vida de muitas mulheres!!!

Passei por muito por essas crianças, e passaria tudo outra vez mesmo que fosse pior!

A melhor coisa do mundo todo é ser mãe!

(Escrito originalmente no dia 08 de janeiro de 2013, ainda esperando a Melissa!)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Bernardo: Minha Insegurança ao ter um Filho Menino

Acho que é um pouco incomum ter medo de ter um filho homem. As pessoas costumam querer filhos homens, bichos machos, porque julgam ser mais fácil criar.
O pensamento é tipo "segura suas cabras porque meu bode está solto". Não há frase mais machista, mais ridícula do que essa (na verdade há, mas no momento é a pior que consigo pensar).
Quem tem esse tipo de pensamento, age como se o filho pudesse fazer o que quer. Se ele engravida uma menina, a culpa é dela, e a responsabilidade é dela e da família dela. Pra ele, seria opcional assumir a situação ou não.
Quando se tem filhos homens, nessa linha de raciocínio, não precisa ter cuidado com as companhias dele, ou as roupas que ele vai usar, afinal, é homem, sabe se virar, e se não souber, vai aprender na marra!
Acontece que, aqui comigo, a coisa muda um pouco de figura. Não quero filho meu engravidando menina e depois deixando sua responsabilidade para outros, não o quero andando com pessoas que podem influencia-lo a se meter com coisas erradas, tipo crime, drogas, e etc.
Tenho medo do tipo de criação que dou, pois algo pode falhar e eu acabar colocando mais um monstro no mundo, como se não bastasse os que já tem.
Sou capaz de denunciar meu próprio filho, se um dia eu souber que ele agrediu uma mulher somnte pelo fato de ser uma mulher, ou agrediu um gay só pela pessoa ser gay.
Sei que um dia ele vai brigar com alguém, mas eu quero que ele entenda que não deve agredir uma mulher, pois homens quase sempre tem muito mais força física do que mulheres. Por mais que uma mulher faça a ele, o correto é ter paciência e deixar de lado. Isso se chama atitude de homem de verdade!
Eu acredito que não seja a toa que existam mais presídios masculinos do que femininos, parece que os homens tem mais facilidade para acabar na vida criminosa.
Não tenho tanto medo de ter uma filha adolescente grávida, mas tenho pavor de ter um filho machista e agressor de mulheres!
Eu tento, com todas as minhas forças, ser justa e criar o Bernardo assim como eu crio a Sabrina, sem diferenças, sem privilégios ou dificuldades relacionadas ao sexo deles. Uso a idade para definir o que cada um deve fazer.
Sei que o mundo está aí, e que os maus exemplos estão em toda parte, mas o jeito é pegar um pouco pesado em casa mesmo. Pesado o suficiente para não deixa-lo pensar que é superior só por ser homem, e de uma forma que eu não o sobrecarregue, pois isso pode gerar uma revolta dentro dele, o que vai acabar dando o efeito contrário ao que eu quero.
Espero que eu consiga fazer do meu filho um homem de verdade, e não somente um ser que tem um pênis e se acha um deus por isso.
E eu pensando que seria tranquilo ter filho homem, assim como era tranquilo ter filha mulher... Atenção redobrada nele!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Outras formas de usar o prendedor de chupetas

Seu bebê ganhou tantos deles, e não usa chupeta???
Eu tenho uma boa dica de como usa-los de uma forma bem útil!!!


É só usa-los nos brinquedinhos que serão levados para fora de casa, e prende-los, para que não caiam e se sujem, pois o bebê leva tudo à boca!

Perdas (Como foram os meus abortos)

É um assunto que ninguém fala muito, talvez pelo tamanho da dor, porque sim, dói...
A gente não acredita que acontece com qualquer mulher, até acontecer a nós mesmas...
Parece uma realidade distante, parece que acontece somente em novelas, daquela forma fácil com que é tratado... Um simples sangramento e plim, bebê sumiu.
Mas não é assim, e só quem passou por um aborto para saber como realmente é!
Nas duas vezes que me aconteceu eu precisei ler sobre, afinal, me senti muito estranha ao perceber que tinha dois filhos saudáveis de duas gestações tranquilas dentro do possível, então, eu era capaz, mas havia perdido não só um, como dois bebês!!! 
O primeiro bebê tinha 14 semanas quando aconteceu. Era menino, e foi fruto de um relacionamento complicado e horrível, o qual terminou durante a gestação sem que eu nem soubesse da mesma. Tive sangramento, ameaça de aborto, precisei ficar de repouso e não podia passar nervoso de forma alguma. Meu ex não me deixou em paz, então, eu perdi, depois de uma semana de te-lo visto perfeitamente bem pelo ultrassom, se desenvolvendo perfeitamente e enorme!
Foi uma dor sem tamanho para mim!!! Eu senti meu chão se abrindo e queria que a terra me engolisse, pois, eu não tinha sido capaz de segurar meu bebê dentro de mim!
Sabendo ainda que eu o rejeitei no começo, devido a minha situação, só piorou as coisas para a minha consciência... Me senti a pior pessoa do mundo, como se minha rejeição tivesse o expulsado do meu corpo.
O segundo bebê, parou de se desenvolver com aproximadamente 6 semanas de gestação. Eu estava com 10 semanas quando um dos meus gatinhos morreu, eu fiquei muito mal com aquilo, e comecei a ter sangramentos. 
Fiz ultrassom, mas ainda não dava pra ouvir o coração por ser muito pequeno, só que as minhas contas não estavam erradas, minha menstruação era super regulada, então, eu NUNCA poderia estar de apenas 6 semanas. O médico falou que ele poderia ter parado de se desenvolver e eu só saberia a resposta dali a duas semanas, pois precisaria repetir o ultrassom para ter certeza de que ele estava ou não se desenvolvendo.
No dia seguinte, tive uma baita hemorragia, e o perdi.
O bebê de 14 semanas, perdi de forma muito mais traumática, pois ele já estava formado. Foi como um parto: As dores, o sangramento forte, muitas contrações, o período expulsivo, e a saída dele, inteirinho dentro da bolsa amniótica. Depois disso, as dores cessaram, e eu tive leite materno...
A segunda perda foi mais parecido com uma menstruação forte, com cólicas mais intensas. Não vi o feto, não tive leite, nada disso... O que ajudou a não me sentir pior do que já estava.
A primeira perda foi a mais dolorida, não só pelo fato do bebê já estar formado, e eu ter tido um "parto" e até leite materno. Foi também por ter acontecido de forma inesperada, quando eu acreditava que jamais aconteceria comigo.
Lembro de ter me sentido como se eu fosse incapaz, insuficiente, um corpo falho. 
Depois veio o sentimento de vazio. Eu estava oca!
Por mais que tivesse dois filhos, nenhum no mundo ia substituir aquele, e nunca houve substituição...
Mas confesso que depois de ter a Melissa, eu me senti melhor, pois havia me preparado para ser mãe pela terceira vez, de outro bebezinho, e aquilo me foi arrancado!!! Eu tinha amor para dar a 3 crianças, mas só tinha duas para receber...
Meu segundo aborto foi muito triste, pois além de perder um bebê, eu pensei que estava perdendo a capacidade de segurar uma gestação até o fim. Imaginei se um dia poderia ter outro bebê dentro de mim, e minha mente sempre me dizia que não.
O médico me tranquilizou, dizendo que eu ainda poderia ter mais um bebê, e que é normal pensar que não pode ter filhos depois de passar por um aborto. Eu lhe disse que já era o segundo, mesmo depois de dois filhos saudáveis e duas gestações completas, era o segundo bebê que eu perdia. Ele respondeu que, se eu perdesse mais um, seria investigado, mas por enquanto, era considerado apenas coincidência.
Nas duas vezes fiz curetagem. Descobri depois que não precisa fazer, pois o corpo trabalha sozinho nisso. Curetagem é arriscado e só deveria ser feito se o corpo não termina de expulsar tudo. Ela fere o endométrio, e é por isso que o recomendável é engravidar depois de 6 meses, pois há o risco de placenta prévia. 
Pois bem, engravidei 3 meses depois do último aborto, e além do medo de perder, tive sangramento outra vez!
Sofri muito, senti medo de perder, tive de ficar de repouso tomando uma medicação que me deixava enjoada, e dava uma baita dor de estômago, mas segui firme por um mês!
Só pude ter paz no fim da gravidez, quando sabia que já não a perderia tão fácil. 
Assim foi, e ela nasceu de 40 semanas e 4 dias!!! 
Hoje em dia, confio mais no meu corpo, e pretendo engravidar outra vez. Não desejo passar por isso outra vez, mas não vou temer antes da hora! 
Sei que é difícil voltar a confiar no próprio útero, e esse trauma permanece até mesmo nas gestações seguintes, mas é preciso arriscar para conseguir!
Hoje minha bebê me faz muito feliz, além dos meus outros filhos. Nunca esqueço dos bebês que perdi, mas está mais fácil levar a vida agora...

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Cinco Gestações

Há um certo tempo, eu curti a página no Facebook do filme "O Renascimento do Parto", pois estava com vontade de assistir.
Lá tem muitos relatos de parto, e eu li, alguns felizes, outros tristes, e chega a ser impossível não me lembrar dos meus 3 partos e dos meus 2 abortos espontâneos.

Minha primeira filha nasceu de cesárea marcada. Eu tinha 18 anos e achava a coisa mais normal do mundo marcar cesárea, ir no hospital, tirar o bebê, e me recuperar daquela dor chata. O médico falou em marcar data e só. Ele, como estudioso do corpo da mulher, não me disse que eu era capaz de parir. Não me disse que eu era capaz de amamentar. Nunca me disse nada a não ser sobre a cesárea que ele marcou, para uma menina de 18 anos cheia de saúde, e uma bebê com todas as condições do mundo de nascer por via vaginal.
Assim foi, dia e hora marcados, 40 semanas de gestação, nasceu minha bebê. Ficamos separadas por horas, eu nem pude toca-la quando ela nasceu.
Quando engravidei novamente, pouco mais de 2 anos depois, não tinha plano de saúde, então sabia que o parto normal me aguardava. Fui me adaptando com a ideia, e passei a gostar da nova experiência que teria.
Quando fizemos 37 semanas de gravidez, a bolsa rompeu. Cheguei na maternidade com 2 centímetros de dilatação. Logo o soro com Ocitocina me foi colocado.
As dores foram ficando tão intensas, que eu achei que iria morrer!!! Eu jamais imaginei que doeria tanto, e o pior: Eu pedi para me darem qualquer coisa para aliviar, mas nem da cama eu podia me levantar. Estava ali naquela cama, sofrendo por várias horas, sem poder levantar pra nada, olhando para o teto, sozinha...
Antes de ir para a sala de parto, me deixaram tomar um banho de água morna, e foi a única coisa que me trouxe um alívio.
Chegando na sala de parto, depois de algumas forças, o bebê começou a aparecer, daí sem nem me consultar, fizeram a episiotomia (Se consultassem, com certeza eu não teria dito não naquele tempo, mas é sempre bom pedir permissão ao lidar com o corpo alheio, sempre que possível).
Quando meu filho nasceu, eu não sei o que houve, mas senti uma fraqueza, pedi para alguém segura-lo, vi um sangramento forte sair de mim e a enfermeira deu um empurrão na minha barriga... Vi jorrar sangue, e senti um sono muito forte. Até hoje não sei se dormi ou desmaiei. Acordei no corredor, com um ardimento na episiotomia e o meu bebê no bercinho. Muitas mães estavam comigo, esperando ter vaga nos quartos.
Meu médico do pré natal também não me disse nada sobre amamentação, e a experiência foi um pouco pior do que da minha filha, com direito a "sapinho" e suspensão da amamentação.
Eu ficava pensando se queria passar por aquilo outra vez, caso tivesse outro filho. Achei que aquilo era normal, afinal, o nome daquilo não era "parto normal"???
Pois bem, engravidei novamente depois de 3 anos. Eu estava sem plano de saúde outra vez, e confesso que tive medo de ter outro parto normal, apesar de saber dos benefícios. Não queria ninguém me furando, me cortando, me fazendo sentir mais dor do que as próprias do momento, mas não sabia de forma alguma, que era possível parir com dignidade.
Assim que completei 14 semanas, perdi meu bebê. Fiquei internada em um lugar onde tinham mais algumas mulheres em processo de aborto, em uma salinha minúscula, deitada em uma maca dura, até ser encaminhada para a curetagem.
Após a curetagem, fiquei em um quarto da ala da maternidade, onde era mais confortável, mas tinha uma moça grávida junto de mim. Me senti péssima, pois tinha perdido meu filho, não estava preparada para ver grávidas na minha frente, muito menos ver mulheres sorridentes com seus bebês vivos no colo, assim como vi aos montes antes de ir para a curetagem. Aquilo me destruiu por dentro.
Depois de pouco mais de um ano, engravidei outra vez, e quando completei 10 semanas, perdi novamente. A dor física, a ambulância, a internação, tudo outra vez...
Em outro hospital diferente, fiquei em uma salinha minúscula, sem ventilação, com mais 4 meninas em processo de aborto, deitada em uma maca dura, com muita dor e hemorragia. Tive de esperar um tempo, de jejum, para realizar outra curetagem.
Mais algumas horas deitada naquela maca dura, em um quarto quente, ouvindo outras mulheres gritando para parir seus filhos e o chorinho deles. Meu bebê nunca iria nascer, nunca iria chorar.
Minutos antes da curetagem, me senti tão mal por tudo, o calor insuportável, o jejum, a perda, a tristeza de ver outras mulheres com seus bebês, a solidão em que estava, sem familiar nenhum comigo durante esse processo tão doloroso. Minha pressão caiu e eu desmaiei.
Quando me recuperei, fui pra curetagem. Ao terminar, voltei para a mesma salinha sem ar, onde só tinham as macas duras para dormir. Quando engravidasse novamente, eu desejei ter plano de saúde, cesárea, e tudo o que fosse rápido e não envolvesse nada daquilo.
Foi tanta violência escondida, que eu associei o parto normal, as dores, tudo isso, a coisas ruins. Engravidei outra vez, e escolhi cesárea, porém, tinha algo dentro de mim que pedia para eu parir minha filha!
Fui lendo, me informando melhor, e apesar de estar fazendo o pré natal com o mesmo médico cesarista que fez o parto da minha filha, decidi não fazer mais a cesárea. Ele ainda tentou me convencer dizendo que eu tive uma cesárea antes (minha filha estava com 9 anos), ou que poderia dar problema com a minha hérnia umbilical. Eu disse que não poderia pagar a taxa de disponibilidade, e ele logo desistiu de tentar me convencer.
A secretária do médico, no fim de uma consulta pré natal, me perguntou se eu já tinha agendado a data! Senti repulsa nesse momento, por tratarem o assunto como se fosse um dente podre: Marcar, arrancar e ir feliz pra casa.
Tive uma consulta com 37 semanas, onde ele me disse que minha filha estava cefálica, me deu uma carta de pré natal, com recomendações sobre o momento de ir ao hospital, e só! Me abandonou totalmente confusa!!!
Eu planejei começar o trabalho de parto em casa, pois não queria tantas intervenções, e ir pra maternidade quando minha filha estivesse nascendo, e assim o fiz (sem querer, diga-se de passagem).
Chegando lá, estava com 5 cm de dilatação. Fui super bem tratada pela maior parte dos funcionários, mas odiei o fato da médica simplesmente ir fazendo as coisas sem nem me consultar, como se eu não fosse importante no meu próprio parto e ela soubesse mais das minhas necessidades.
Não me permitiram acompanhante no pré parto, mesmo que a única presente no momento fosse uma mulher, a minha mãe, e que eu estivesse sozinha no pré parto.
Tomei Ocitocina, mas como estava dilatando muito rápido, não deu tempo de sentir a dor absurda que senti da outra vez. Estava disposta a aceitar anestesia, mas não sabia que o anestesista ia errar cinco vezes (coincidência ou não, momentos antes eu o vi e escutei brigando no celular com alguém).
No momento do parto, mais uma episiotomia sem nem eu saber. Uma enfermeira disse que eu não estava fazendo força do jeito certo e empurrou minha barriga. Até acreditei que ela fez para ajudar, mas odiei aquilo.
Toda vez que ia fazer um exame, e na hora do parto, me colocaram naquela posição de barriga pra cima, eu já não aguentava mais aquele peso em cima de mim, me sufocando! Eu queria parir em outra posição mais confortável!!!
Forças depois bebê nasceu! Veio para mim, tentou mamar, mas logo a levaram, e eu fui me recuperar da anestesia. Passei horas longe dela.

Com todas essas experiências, digo que em momento nenhum, me senti completamente respeitada! As piores experiências foram aquelas que muitas, assim como eu, passaram, mas ninguém fala sobre: As perdas, o local onde nos "jogam" como se uma mulher que estivesse "apenas" abortando não fosse importante o suficiente para ter conforto, e não estivesse abalada o suficiente, para ficar entre mulheres que estão parindo seus filhos cheios de saúde, na maior parte das vezes!
A cesárea estava mascarada com uma tranquilidade que não existe, pois a recuperação de um pós cirúrgico é dolorida, e eu não podia sorrir no momento que minha filha nasceu, pois doía! Eu não pude cuidar dela sem ajuda nos primeiros momentos. Eu não pude amamenta-la logo, pois meu leite não desceu por causa da cesárea marcada.
O parto normal do meu filho não foi nada normal, foi cheio de intervenções desnecessárias! A Ocitocina me fez sentir uma dor tão absurda, que quase me fez abdicar do sonho de ter mais filhos. Fora o pouco caso em que fui deixada sofrendo, numa cama, sozinha por horas, sem nem poder fazer nada para aliviar a dor, morrendo de medo de soltar um grito e ser mal tratada.
O parto da minha filha caçula foi o que menos teve interferências e que eu menos sofri, isso porque a maior parte do trabalho de parto eu não estive no hospital.
Eu já decidi que ainda quero mais um filho, mas dessa vez, será natural!!! Sem precisar ficar colada em uma cama, podendo aliviar minha dor de várias formas, inclusive gritando se eu quiser. Sem me furarem, cortarem, realizarem procedimentos em mim sem permissão ou me incapacitarem!
Quero poder não ser separada do meu bebê, e que não o esfreguem, não o aspirem, não pinguem colírio em seus olhinhos, não o separem de mim antes que o cordão pare de pulsar (eu li e muito sobre a importância disso, outra novidade pra mim!), que ele mame e fique seguro no colinho!!! Quero poder rir alto, sem sentir uma dor horrível no meu abdome, poder caminhar com meu bebê, poder amamentar da forma certa... Parece um sonho, mas pode ser realidade!!! Aliás, deveria ser realidade!!! Todo bebê merece nascer assim, e toda mãe merece parir dignamente!!!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Quando Sua Mãe Diz Que é Gorda


Li esse texto aqui! Espero que mude a forma das pessoas pensarem, assim como mudou a minha!!!





Por Kasey Edwards


Querida mãe,

Eu tinha sete anos quando descobri que você era gorda, feia e horrorosa.

Até então, eu acreditava que você era linda – em todos os sentidos da palavra. Eu lembro de fuçar os antigos álbuns e ficar um bom tempo olhando para fotos suas no deck de um barco. Seu maiô branco, tomara que caia, parecia glamuroso como o de uma estrela de cinema. Sempre que eu tinha a chance, tirava aquele maiô maravilhoso do fundo do seu armário e ficava imaginando quando é que eu seria grande o suficiente para vesti-lo, quando é que eu seria como você.

Mas numa noite, tudo isso mudou. Estávamos todos vestidos para uma festa e você me disse: “Olha para você, tão magra e bonita. E olha para mim, gorda, feia, horrorosa.”

De primeira, não entendi o que você quis dizer.

“Você não é gorda.” - eu disse, inocente e com sinceridade - ao que você respondeu, “Sim, eu sou, querida. Sempre fui gorda, desde criança.”

Nos dias seguintes, eu tive algumas revelações doloridas, que moldaram a minha vida toda. Concluí que:

1. você deveria ser mesmo gorda, porque mães não mentem.

2. gordo é sinônimo de feio e horroroso.

3. quando eu crescesse, seria como você e, portanto, seria gorda, feia e horrorosa também.

Passados alguns anos, eu revivi essa conversa e todas as centenas de outras que vieram depois e tive muita raiva de você. Por não se julgar atraente ou digna de atenção. Por ser tão insegura. Porque, como meu grande modelo de mulher, você me ensinou a agir assim também.

A cada careta que você fazia em frente ao espelho, a cada nova dieta do momento que iria mudar sua vida, a cada colherada culpada de “ai, eu não devia”, eu aprendia que mulheres deveriam ser magras para serem dignas e socialmente aceitas. Que meninas deveriam passar por privações porque a maior contribuição delas para o mundo era a aparência física.


Exatamente como você, eu passei a minha vida inteira me sentindo gorda – (nem sei quando foi que “gorda” se tornou um sentimento). E porque eu acreditava que era gorda, também me achava imprestável.


Mas os anos se passaram. Sou mãe. E sei que te culpar por minha péssima relação com meu corpo é inútil e injusto. Hoje entendo que você também é um produto de uma longa linhagem de mulheres que foram ensinadas a se odiar.

Olha só para o exemplo que a vovó te deu. Era uma vítima da própria aparência, e fez regime todos os dias da vida dela até morrer, aos 79 anos. Costumava se maquiar para ir ao correio, por medo de alguém vê-la de cara lavada.

Eu lembro do “suporte” que ela te deu quando você anunciou que papai tinha te deixado por outra mulher. O primeiro comentário dela foi, “Eu não entendo porque ele te deixaria. Você se cuida, usa batom. Entendo que você esteja acima do peso, mas não é muito.”

Papai também não te acalentava.

“Meu Deus, Jan”, uma vez ouvi ele te dizer. “Não é difícil. Calorias consumidas x calorias gastas. Se você quer perder peso, você só tem que comer menos.”

Aquela noite, no jantar, eu assisti você implementar essa dica milagrosa de emagrecimento do papai. Você preparou um chow mein para o jantar (se lembra como, nos anos 80, no subúrbio da Austrália, essa combinação de carne moída, repolho e shoyu era considerada o melhor da culinária exótica?). A comida de todo mundo estava em um prato comum, mas a sua estava em um pratinho de sobremesa.

Enquanto você sentava em frente a sua patética porção de carne moída, lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto. Eu não disse nada. Nem quando os seus ombros começaram a curvar por causa do seu incomodo. Ninguém te amparou. Ninguém te disse para deixar de ser ridícula e se servir um prato decente. Ninguém te disse que você já era amada, já era boa o suficiente. Suas conquistas e seu valor – como professora de crianças com necessidades especiais e mãe de três filhos – eram repetidamente reduzidas à insignificância quando comparadas aos centímetros de cintura que você não conseguia perder.

Me despedaçou o coração testemunhar seu desespero, e sinto muito por não ter te defendido. Eu já tinha aprendido, àquela altura, que você ser gorda era culpa sua. Eu tinha ouvido papai falar de perder peso como um processo “muito simples” – coisa que, ainda assim, você não conseguia fazer. A lição: você não merecia comer e com certeza não merecia nenhuma compreensão.

Mas eu estava errada, mãe. Hoje eu entendo o que é crescer em uma sociedade que diz para as mulheres que a beleza delas é o que mais importa, e, ao mesmo tempo, define padrões estéticos absoluta e eternamente fora de alcance. Eu também entendo a dor que é internalizar essas mensagens. Nós acabamos nos tornando nossos próprios carcereiros e nos impomos punições sempre que não conseguimos chegar lá. Ninguém é mais cruel conosco do que nós mesmas.

Mas essa maluquice precisa acabar, mãe.

Acaba com você, acaba comigo. Acaba agora. Merecemos mais – mais que ter dias horríveis por pensamentos ligados a nossa péssima forma física, desejando que ela fosse diferente. E não é mais só sobre você e eu. É também sobre a Violet. Sua neta tem apenas 3 anos e eu não quero que esse ódio ao corpo tome conta dela e estrangule sua felicidade, sua confiança, seu potencial. Eu não quero que ela acredite que a aparência é o maior ativo que ela possui, e que vai definir o valor dela no mundo. Quando a Violet nos olha para aprender a ser uma mulher, precisamos ser os melhores modelos que pudermos. Precisamos mostrar para ela, com palavras e com as nossas ações, que as mulheres são boas o suficiente exatamente como são. E para ela acreditar, nós precisamos acreditar primeiro.

Quanto mais velhas ficamos, mais pessoas queridas perdemos, doentes ou em acidentes. A perda é sempre trágica, sempre muito precoce. Às vezes eu penso o que essas pessoas não dariam para ter mais tempo num corpo saudável. Um corpo que as permitisse viver um pouco mais. O tamanho das coxas ou os pés de galinha não importariam. Seria vivo, e portanto seria perfeito.

O seu corpo é perfeito.

Ele te permite desarmar todo mundo com seu sorriso, contaminar cada um com sua risada. Te dá seus braços para envolver a Violet e apertá-la até ela gargalhar. Cada momento que gastamos nos preocupando com a nossa forma física é um momento jogado fora, um pedaço precioso de vida que a gente não vai recuperar nunca mais.

Vamos honrar e respeitar nossos corpos pelo que eles fazem ao invés de desprezá-los pelo que eles são. Vamos manter o foco em viver vidas saudáveis e ativas, deixar nosso peso de lado e largar nosso ódio ao corpo no passado, que é onde ele merece ficar.

Quando eu olhava para aquela foto sua de maiô branco anos atrás, meus olhos inocentes de criança enxergavam a verdade. Eu via amor incondicional, beleza e sabedoria. Eu via a minha mãe.

Com amor,

Kasey.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Capa para Amamentação

 Revirando o mundo dos blogs, sites de relacionamento e internet no geral, me deparei com algo que me assustou de cara: A capa para amamentação.
Essa capa, assim como mostra na imagem, é colocada no pescoço da mãe, presa por uma alça. Pode nem dar pra perceber, mas sim, tem um bebê ali embaixo mamando no peito da mãe dele.
O lançamento aqui no Brasil não foi "bombástico", já que, pelo menos, a brasileira tem um pouco mais de liberdade ao amamentar em público, em relação à mulheres de outros países.
De início eu pensei que era um pedaço de pano com uma alça. Só isso. Até fiquei imaginando que o bebê poderia sufocar ali dentro e a mãe nem veria, mas que bom que eu estava enganada! Ela tem um arame que permite que a mãe veja o bebê.
No mundo da maternidade, essa capa já foi motivo de inúmeras discussões ferrenhas, nas quais eu acabei dando minha opinião. Sou contra.

Sinceramente, olhando pelo lado bom, é uma boa ideia, pois várias mães que se sentem expostas ao amamentar, agora tem uma opção a não ser dar mamadeira quando estiver fora de casa.
Essa capa permite que a amamentação seja exclusiva para os filhos de mulheres que não expõem os seios, e lhes dá mais liberdade para amamentar em locais onde, supostamente, "fica chato" faze-lo, como por exemplo, igrejas e restaurantes.

Eu não escondo, nem minha opinião e nem meus peitões kkkk, sou do tipo que amamenta onde estiver, sem essa de paninho, imagina então usar praticamente uma burca para amamentar. Está totalmente fora de questão!!!

Minha bebê é calorenta, e soa muito quando está mamando. Eu JAMAIS a cobriria dessa forma, pois eu também detestaria jantar embaixo de um lençol.

Já ouvi dizerem que mulher que amamenta em público é para mostrar o quanto ela é mãe, o quanto ela faz o melhor pelo bebê. Não sei de onde essa pessoa tirou isso, mas não, não é por isso.
Simplesmente quem amamenta em público sem se importar com a opinião alheia é porque, além de querer dar o melhor ao filho, simplesmente não quer dar margem para a sociedade mandar em seu corpo, em seu seio, faze-la esconder a fonte de nutrição do bebê só porque os seios são vistos de forma erotizada. 
Seios de lactantes NUNCA deveriam ser vistos dessa forma!
Seios servem para AMAMENTAR, essa é a função deles no corpo de uma mulher. Se as mulheres os usam na hora do sexo, tudo bem, mas daí a virar tabu só porque são usados nessas horas, é besteira.

Eu amamento, no ônibus, no mercado, no meio do shopping (até parece que Mel espera chegar no "espaço família" KKKK). Ela chora, eu saco o peito e dou. Simples assim. Não estou sensualizando, não estou expondo minha genitália, não estou sendo vulgar. Estou alimentando minha cria de forma natural, e saudável. É tão natural pra mim que eu nem penso, apenas faço, e nem me lembro de olhar ao redor para ver se tem alguém incomodado.

Não condeno a capa, ou quem opte por usa-la, mas não gostaria que a moda pegasse.
Não quero que pessoas me digam "Nossa, você não compra uma capa pra amamentar por quê??? Fica mostrando os peitos pros outros affff".
Não quero nunca ser julgada por não usar a capa. Quero liberdade de amamentar minha filha sem precisar esconde-la embaixo de um pano enorme para isso. Quero poder ter a praticidade de tirar o peito e dar a ela sempre que for necessário, sem panos, fraldinhas ou quaisquer acessórios que nos incomode.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Rosa e Azul x Meninos e Meninas

Hoje em dia, a moda já não é mais entupir os filhos de coisas azuis e as filhas de coisas cor de rosa. Isso ainda existe, mas a mãe que é "cool", não impõe cores nem brinquedos separados por gênero.
Pela primeira vez, estou achando legal a modinha das mães modernas, concordo em não impor, mas ainda acredito que tudo o que é radical demais, não é bom.
Estou observando por aí, no mundo das comunidades de mães do Facebook, que algumas mamães estão entendendo muito diferente de mim sobre não dividir tudo dessa forma para as crianças. Não sei se estou certa ou errada, mas prefiro me manter na minha posição.
Vi esses dias sobre uma mãe que veste a menina somente de forma confortável, e tanto faz a cor das roupas. A menina vestia uma blusinha preta e calça azul marinho. O cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo e só, sem frufrus, sem lacinhos, sem frescuras. Vi também um menino com o gesso no braço, cor de rosa.
Adorei o menino ter escolhido o gesso rosa, e os médicos ficarem de boca aberta porque ele não quis azul! Mas, quanto à menina, eu me perguntei: Será que eles postariam fotos dela com todo aquele orgulho, se uma das peças do vestuário confortável, fosse rosinha ou lilás???
Hoje em dia, parece que as pessoas fazem as coisas para mostrar aos outros, e não porque acham certo. Essa foto me soou mais como uma mãe fazendo rebelião contra a imposição do rosa para meninas do que ela querendo manter o conforto da filha. 
Tenho a impressão de que, se um dia essa pessoa tiver um filho menino, vai fazer questão de colocar peças cor de rosa nele, só pra ir contra novamente e mostrar ao mundo que ela não aceita os padrões. Mesmo que a menina nunca tenha vestido uma peça cor de rosa na vida.
Tudo bem que essa mulher só me passou essa impressão, mas já vi mães agindo assim: Tirando o cor de rosa da vida das meninas e impondo na vida dos meninos.
É nessas horas que eu acredito que elas estão fazendo a coisa errada, afinal, elas não querem ensinar que cores são cores???
E se eu quiser vestir minha filha da cabeça aos pés de cor de rosa, estou incentivando o machismo com isso??? Tem gente que acha que sim!
Eu sempre gostei de vestir bebês de todas as cores, mas não há muitas coisas masculinas em cor de rosa, então, meu filho quase não usou essa cor.
Quando ele nasceu, o quarto estava pintado metade rosa, metade azul, e minha filha, com 3 aninhos na época, gostava assim.
Quando meu filho cresceu, ele passou a não gostar de cor de rosa, mas não chegava ao extremo de jogar os lápis rosa no lixo (Sim, já conheci uma mãe que dizia que os filhos eram criados com incentivo nesse tipo de comportamento).
Agora, ele está querendo muito uma camiseta do personagem Patrick, do Bob Esponja. A camiseta é rosa e tem a cara do personagem estampado. Ele não está deixando de querer algo por ser rosa, "cor de menina", e é esse o meu objetivo!
Acredito que não preciso colocar uma roupa cor de rosa no meu bebê (provavelmente um modelo feminino) para que ele não seja um machista! Assim como acredito que posso entupir minha filha de rosa, lilás, flores e borboletas que ela não vai ser uma mulher submissa dos homens.
Quanto aos brinquedos, eles brincam com qualquer coisa que quiserem, e sempre foi assim. Minha filha gosta mais de bonecas, e meu filho ama carros, e isso veio naturalmente.
Meu filho gostava de passar batom quando era bebê, e depois de pintar as unhas. Ele fez tudo isso, e hoje em dia não faz mais. Eu permiti que ele matasse a curiosidade, e isso também ajudou.
Parece que as pessoas esquecem que, quando a criança crescer, as roupas divididas por gênero vão continuar existindo. Não adianta eu nunca colocar um vestido na minha filha sendo que, quando crescer, ela provavelmente vai usar um. Qual seria o objetivo disso? Se for manter essa linha de pensamento, eu deveria colocar vestido, sapatinho e laço no meu menino para não criar um machista?
Sei que tem mães que não ficam usando essas coisas nas suas filhas, mas isso é opcional, e elas não devem se sentir superiores só por isso. A criação e a atitude são as verdadeiras formas de evitar que as crianças se tornem adultos preconceituosos, machistas, homofóbicos e coisas do tipo.
Por isso eu digo: meu filho pode sim, usar roupas de heróis e carros, muito azul e verde, e todas as cores que ele quiser. Assim como minhas filhas usam laços, babados, sapatinhos estilo de boneca, e roupas de todas as cores, inclusive cor de rosa!!!
E quando eu quiser chocar a sociedade, prefiro que não seja tacando rosa no meu filho e azul na minha filha. Prefiro que cores, pra eles, continuem sendo apenas cores.

domingo, 1 de setembro de 2013

Sentimentos em relação à Introdução Alimentar: Falta menos de um mês!


Sei que os 6 meses na vidinha de um bebê é tipo um marco. Quer dizer que ele cresceu e já está pronto para uma das maiores experiências de sua vida: A Introdução Alimentar!


Parece que pari a Mel ontem, e ela já está quase na fase de comer outras coisas, além do meu leite (ou da fórmula que ela tomou pouquíssimas vezes em casos de emergência).
Ela está crescendo mais rápido do que eu esperava, é como se eu fosse acordar amanhã e ver uma mulher na minha frente. Não sei onde eu estive que minha bebê cresceu tanto, pois parece que eu não vi!
Ela está ficando cada vez maior, mais independente, está aprendendo a fazer várias coisas sozinha, e daqui a pouco tempo, não será mais o bebezinho que se alimenta de mim, que quer ficar grudada com a mamãe o tempo todo.
Ainda não estou preparada para amamentar menos, por mais que ela vai querer cada vez menos devido a estar ingerindo outros alimentos.
Não sei nem o que vou sentir no dia que ela parar de mamar no peito, definitivamente, eu não estou pronta para o desmame, é capaz de eu ficar chorando atrás dela, querendo dar o peito... KKKKKKK
Parece que ela vai crescer muito rápido, como se o tempo fosse voar, e eu fosse perder alguma coisa.
Não quero que chegue a fase em que ela vai querer andar por aí só com as amigas, que não vai querer sair sempre comigo, que vai arrumar um namoradinho pra chamar de amor... Ahhh que injusto nossos bebês crescerem tão rápido!!!
Sei que essa fase vai demorar um pouquinho a chegar, mas sei que vai chegar, e ainda não me sinto a vontade com isso...
Mas, enquanto não chega, vou amamentar minha filha, e curtir o último mês de amamentação exclusiva, pois daqui uns dias, estarei junto dela, dando um passo rumo à sua independência!

Quando as pessoas querem decidir sobre a criação dos nossos filhos

Em todo lugar que eu vou com meus filhos, principalmente a Melissa, por ser um bebê, tem alguém para dar palpite.
- Sua filha está com fome!
- Está frio para essa criança!
- Coloca uma touca!
- Olha a friagem!
- Você dá mamadeira pra ela? NÃOOO??? Nossa, já deveria estar dando né, pois o leite materno não sustenta direito!
- Por que você não faz isso com ela? Eu fiz com todos os meus filhos, e eles estão todos vivos!
- Você tinha de dar um tapinha nessas situações, só pra alertar!

E assim vai...

Acho que as pessoas não entendem que eu não estou querendo criar SOBREVIVENTES! Meus filhos são gente, tem sentimentos e não são experimentos científicos para eu ficar testando coisas neles, e observando se vão sobreviver ou não.
Aliás, a questão nem sempre é só a sobrevivência né... As pessoas não se importam se vai fazer algum mal ou trazer algum desconforto para a criança, o que importa é entupir a criança de agasalhos e comida, sem e importar com os reais sentimentos dela.
Em relação a comida, eu sou questionada praticamente TODOS OS DIAS. Estou amamentando e pretendo continuar assim até o sexto mês completo. Estamos no quinto já! Minha filha ganha peso e cresce todo mês, além de ser uma criança calma e que dorme por volta de 12 horas por noite, acordando poucas vezes para mamar.
Ela é visualmente saudável e bem gordinha, está dentro dos padrões de peso e altura, e está desenvolvendo todas as habilidades comuns para um bebê da idade dela. Pra que eu vou mexer em time que está ganhando???
Quanto aos agasalhos, minha filha sempre foi calorenta. Desde os primeiros dias, ela não suporta estar agasalhada se o tempo não está extremamente frio! Ela já demonstrou que, no calor, prefere ficar mais a vontade.
Se eu agasalho demais, ela fica toda encharcada de suor, e se irrita muito. Não vou colocar toucas, meias e agasalhos na minha filha só porque está batendo um ventinho de nada. Cada criança é diferente, se a filha do vizinho ou o sobrinho da cunhada da irmã sentem muito frio, a mãe deles que os agasalhe. Ninguém melhor do que EU para conhecer minha pequena, e saber se ela tem frio ou não.
Se tem outra coisa que não suporto é pessoas que fazem as coisas com meus filhos, sabendo que não condiz com o meu jeito de criar, e o pior, sem me consultar!
Já deram broncas nos meus filhos por coisas que eu permito que eles façam, já deram coisas para eles comerem que eu não achava apropriado, já falaram coisas a eles que não estão de acordo com o que pretendo ensinar...
Quando as pessoas vão entender que EU NÃO QUERO PALPITES???
Quando eu preciso de conselhos, eu peço, e sempre para as pessoas que eu julgo sábias no assunto em questão. Se eu não pedi, quer dizer que sei o que fazer naquela situação.
Quem quiser ensinar coisas aos meus filhos, que tenham a consideração de me perguntar se devem ou podem.

Esses dias minha filha veio com ideias de que os bebês devem nascer por cesárea e a introdução alimentar deve ser aos quatro meses. Sei quem falou isso pra ela, e sei que foi pra me atingir, mas não vai conseguir.
Eu já a ensinei que o mais recomendado é parto vaginal, e que a introdução alimentar deve ser aos seis meses, assim como a importância da amamentação.
Meu filho vai aprender da mesma forma, pois um dia ele poderá engravidar alguém, e essa pessoa poderá precisar do apoio e da orientação dele. Homem informado é tudo de bom!!!

Será que é difícil entender que meus filhos são crianças educadas, que não me fazem passar vergonha em qualquer lugar que vamos, são bons alunos, me respeitam, respeitam as pessoas e não falam palavreado inadequado em lugar nenhum?
Eles fazem as artes deles, claro, são crianças! Tem horas que penso que vou enlouquecer... Mas isso acontece por eles não serem robôs. 
Mas, no geral, acho que estou fazendo um bom trabalho, e no momento, não estou precisando de intervenções no meu modo de educar e criar. Quando eu precisar de ajuda, eu peço!

Pessoas que só sabem criticar, já me cansei disso!

Ando chateada com algumas pessoas que vivem a me criticar por eu ter apenas 28 anos e três filhos, e não ficar falando coisas do tipo "Deus me livre de engravidar outra vez" ou "Não tenho saudade nenhuma da minha barriga".
Eu não vou falar essas coisas, sabe por quê?
Porque seria uma MENTIRA!!!
Eu amei minhas barrigas, amei sentir os chutinhos, fui feliz a cada vez que descobri o sexo, que era exatamente o que eu queria, adorava desfilar meu barrigão por aí.
A cada vez que ouvia o coraçãozinho dos meus filhos, o meu batia feliz!
Quando estive grávida, foram as épocas que minha auto estima esteve muito alta na maioria dos dias. Gestante, me sinto linda, poderosa, com o dom de carregar vida dentro de mim, com um enigma que será revelado aos poucos, uma pessoa nova na família que eu estava trazendo ao mundo, nutrindo, amando e conhecendo cada dia mais.
Gravidez é linda! Grávidas são lindas e glamourosas sempre! E se eu penso isso das outras, é claro que penso de mim mesma.
Um dia desses estava olhando minha linha do tempo no Facebook, e procurando minhas primeiras publicações a respeito da gravidez da Melissa, já que postei todos os detalhes. Me deparei com uma foto do início da gestação, de barriguinha, super linda e fofa, toda babona exibindo a pancinha e feliz, extremamente feliz.
14 semanas de gestação, essa é a
foto que me fez derrubar algumas
 lágrimas de saudades!
Decidi compartilhar as saudades que sentia daquele momento, e as lágrimas que insistiram em cair ao olhar aquela foto de um tempo que não volta mais. Me arrependi.
Ao ver os comentários, tinha uma crítica entre eles!
Já não é a primeira vez que isso me acontece...
A maioria das meninas elogiaram (Muito obrigada meninas, vocês fizeram eu não me sentir uma maluca por ter saudades da minha gravidez!), mas senti um desconforto com a crítica recebida, e a "curtida" que a crítica levou.
Poxa, quem não gostou de estar grávida, quem não quer nunca mais estar e quem não acha que uma pessoa deve ter mais filhos, simplesmente não deixe acontecer na própria vida. Criticar alguém que tem sua casa, sua família, seu sustento e não pede nada a ninguém, além de desagradável, é de uma tremenda falta de respeito e educação!
Eu cuido da minha vida, e quem deve dar palpite é só quem me ajuda a cuidar dos meus filhos, ou me auxilia nas dificuldades. No momento quem faz isso é minha mãe somente.
Não quero ser grossa com certas pessoas, mas não estou conseguindo mais ignorar, pois estão me dando palpites sem que eu peça ou precise deles.
Sou feliz como mãe, amo meus filhos e sempre quis uma família grande. Meus filhos não tem tantos bens materiais, mas tem tudo o que precisam e um pouco mais, do bom e do melhor. Eu crio eles de acordo com todas as informações que busco, para que sejam pessoas boas e que possam desenvolver ao máximo seu potencial.
Não sou uma mãe ruim, dificilmente há bagunça na minha casa, e se há, além de não ser da conta de ninguém, é perfeitamente compreensível, pois eu dou prioridade às crianças e não tenho quem me ajude, além do meu marido, que faz algumas coisas quando chega do trabalho.
Estou amamentando minha bebê exclusivamente no seio, faz cinco meses, e ainda consigo dar conta dos meus filhos mais velhos e da maior parte do serviço doméstico. Não, eu não quero ser vangloriada, nem colocada num pedestal, mas sim, quero ser respeitada e que me deixem em paz, para eu ter equilíbrio para continuar mina jornada, que, podem crer, não é nada fácil.
Estou em constante busca do que é melhor para meus filhos, então, se estou cuidando da minha vida e da deles, e estou conseguindo fazer um bom trabalho, não preciso de tanta crítica!
Também não aceito ser alvo de piadas de pessoas que não tem intimidade para tal.
Um dia, daqui alguns anos, se meu casamento ainda existir e eu estiver feliz, vou ter outro filho, e vou seguir com minha vida. Não estou pedindo para ninguém a permissão de engravidar, estou penas avisando que farei, embora eu não deva satisfações.
E, quem me vir de barriguinha outra vez, feliz da vida, me sentindo viva, poderosa e linda, por favor, deixe que eu continue me sentindo assim, pois ninguém vai ganhar nada ao destruir o meu momento. 
Agora, se é que interessa, a pessoa que agir assim comigo não vai ganhar nada, mas vai perder todo o meu respeito e consideração.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O dia em que parei de mandar minha filha andar logo

O texto abaixo foi publicado originalmente em inglês no blog “Hands free mama” e é de autoria de Rachel Macy Stafford, uma professora de educação especial. A tradução para o português foi feita pela equipe do Portal Aprendiz. Clique aqui para ler o texto original no inglês.


Quando se está vivendo uma vida distraída, dispersa, cada minuto precisa ser contabilizado. Você sente que precisa estar cumprindo alguma tarefa da lista, olhando para uma tela, ou correndo para o próximo compromisso. E não importa de quantas maneiras você divide o seu tempo e atenção, não importa quantas obrigações você cumpra em modo multi-tarefa, nunca há tempo suficiente em um dia.

Essa foi minha vida por dois anos frenéticos. Meus pensamentos e ações foram controlados por notificações eletrônicas, toques de celular e uma agenda lotada. Cada fibra do meu sargento interior queria cumprir com o tempo de cada atividade marcada na minha agenda super-lotada, mas eu nunca conseguia estar à altura.

Veja bem, seis anos atrás, eu fui abençoada com uma criança tranquila, sem preocupações, do tipo que para para cheirar flores.

Quando eu precisava sair de casa, ela estava levando seu doce tempo pegando uma bolsa e uma coroa brilhante.

Quando eu precisava estar em algum lugar há cinco minutos, ela insistia em colocar o cinto de segurança em seu bichinho de pelúcia.

Quando eu precisava pegar um almoço rápido num fast-food, ela parava para conversar com uma senhora que parecia com sua avó.

Quando eu tinha 30 minutos para caminhar, ela queria que eu parasse o carrinho e acariciasse todos os cachorros em nosso percurso.

Quando eu tinha uma agenda cheia que começava às 6h da manhã, ela me pedia para quebrar os ovos e mexê-los gentilmente.

Minha criança sem preocupações foi um presente para minha personalidade apressada e tarefeira – mas eu não pude perceber isso. Ó não, quando se vive uma vida dispersa, você tem uma visão em forma de túnel – sempre olhando para o próximo compromisso na agenda. E qualquer coisa que não possa ser ticada na lista é uma perda de tempo.

Sempre que minha criança fazia com que desviasse da minha agenda principal, eu pensava comigo mesmo: “Nós não temos tempo pra isso.” Consequentemente, as duas palavras que eu mais falava para minha pequena amante da vida eram: “anda logo”.

Eu começava minhas frases com isso:

Anda logo, nós vamos nos atrasar.

Eu terminava frases com isso:

Nós vamos perder tudo se você não andar logo.

Eu terminava meu dia com isso.

Anda logo e e escove seus dentes. Anda logo e vai pra cama.

Ainda que as palavras “anda logo” fizessem pouco ou nada para aumentar a velocidade de minha filha, eu as dizia de qualquer maneira. Talvez até mais do que dizia “eu te amo”.

A verdade machuca, mas a verdade cura… e me aproxima da mãe que quero ser.

Até que em um dia fatídico, as coisas mudaram. Eu havia acabada de pegar minha filha mais velha de sua escola e estávamos saindo do carro. Não indo rápido o suficiente para o seu gosto, minha filha mais velha disse para sua irmã pequena, “você é lenta”. E quando, após isso, ela cruzou seus braços e soltou um suspiro exasperado, eu me vi – e foi uma visão de embrulhar as tripas.

Eu fazia o bullying que empurrava e pressionava e apressava uma pequena criança que simplesmente queria aproveitar a vida.

Meus olhos foram abertos; eu vi com clareza o dano que minha existência apressada estava causando às minhas duas filhas.

Com a voz trêmula, olhei para os olhos da minha filha mais nova e disse: “Me desculpe por ficar fazendo você se apressar, andar logo. Eu amo que você, tome seu tempo e eu quero ser mais como você”.

Ambas me olharam surpresas com a minha dolorosa confissão, mas a face da mais nova sustentava o inequívoco brilho da aceitação e do reconhecimento.

“Eu prometo ser mais paciente daqui em diante”, disse enquanto abraçava minha filha de cabelos encaracolados. Ela estava radiante diante da promessa recém-descoberta de sua mãe.

Foi bem fácil banir o “anda logo” do meu vocabulário. O que não foi tão fácil foi adquirir a paciência para esperar pela minha vagarosa criança. Para nos ajudar a lidar com isso, eu comecei a lhe dar um pouco mais de tempo para se preparar se nós tivéssemos que ir a algum lugar. Algumas vezes, ainda assim, ainda nos atrasávamos. Foram tempos em que eu tive que reafirmar que eu estaria atrasada, nem que se fosse por alguns anos, se tanto, enquanto ela ainda é jovem.

Quando minha filha e eu saíamos para caminhar ou íamos até a loja, eu deixava que ela definisse o ritmo. Toda vez que ela parava para admirar algo, eu afastava os pensamentos de coisas do trabalho e simplesmente a observava as expressões de sua face que nunca havia visto antes. Estudava com o olhar as sardas em sua mão e o jeito que seus olhos se ondulavam e enrugavam quando ela sorria. Eu percebi que as pessoas respondiam quando ela parava para conversar. Eu reparei como ela encontrava insetos interessantes e flores bonitas. Ela é uma observadora, e eu rapidamente aprendi que os observadores do mundo são presentes raros e belos. Foi quando, finalmente, me dei conta de que ela era um presente para minha alma frenética.

Minha promessa de ir mais devagar foi feita há quase três anos e ao mesmo tempo eu comecei minha jornada de abrir mão das distrações diárias e agarrar o que importa na vida. E viver num ritmo mais devagar demanda um esforço concentrado. Minha filha mais nova é meu lembrete vivo do porquê eu preciso continuar tentando. E de fato, outro dia, ela me lembrou de novo.

Nós duas estávamos fazendo um passeio de bicicleta, indo para uma barraquinha de sorvetes enquanto ela estava de férias. Após comprar uma gostosura gelada para minha filha, ela sentou em uma mesa de piquenique e observou deliciada a torre gélida que tinha em suas mãos.

De repente, um olhar de preocupação atravessou seu rosto. “Devo me apressar, mamãe?”

Eu poderia ter chorado. Talvez as cicatrizes de uma vida apressada nunca despareçam completamente, pensei, tristemente.

Enquanto minha filha olhava para mim esperando para saber se ela poderia fazer as coisas em seu ritmo, eu sabia que eu tinha uma escolha. Poderia continuar sentada ali melancolicamente lembrando o número de vezes que eu apressei minha filha através da vida… ou eu poderia celebrar o fato de que hoje estou tentando fazer as coisas de outra forma.

Eu escolhi viver o hoje.

“Você não precisa se apressar. Tome em seu tempo”, eu disse gentilmente. Toda sua cara instantaneamente abrilhantou-se e seus ombros relaxaram.

E então ficamos sentadas, lado a lado, falando sobre coisas que crianças de 6 anos que tocam ukelele gostam de falar. Houve momentos em que ficamos em silêncio, sorrindo uma para a outra e admirando os sons e imagens ao nosso redor.

Eu imaginei que ela fosse comer todo o sorvete – mas quando ela chegou na última mordida, ela levantou uma colherada repleta de cristais de gelo e suco para mim. “Eu guardei a última mordida pra você, mamãe”, disse orgulhosa.

Enquanto aquela delícia gelada matava minha sede, eu percebi que consegui um negócio da China. Eu dei tempo para minha filha e em troca ela me deu sua última mordida de sorvete e me lembrou que as coisas tem um gosto mais doce e o amor vem mais dócil quando você para de correr apressada pela vida.

Seja comendo sorvete, pegando flores, apertando o cinto de bichinhos de pelúcia, quebrando ovos, encontrando conchinhas, observando joaninhas ou andando na calçada.

Nunca mais direi: “Não temos tempo pra isso”, pois é basicamente dizer que não se tem tempo para viver.

Tomar seu tempo, pausar para deleitar-se com as alegrias simples da vida é o único jeito de viver de verdade – acredite em mim, eu aprendi da especialista mundial na arte de viver feliz.