sábado, 1 de fevereiro de 2014

Noites de Sono: Cama Compartilhada e Berço.

Quando tive a Sabrina, na época onde ter internet era luxo pra poucos, eu aprendi que não era certo deixar o bebê dormir com a mãe, pois se ele acostumasse, nunca mais a deixaria dormir sozinha em sua cama. Amamentar deitada então, era praticamente assassinar o bebê. E assim eu fiz.
Sabrina ficava acordada tanto tempo, que eu quase enlouqueci. Hoje em dia sei que ela fazia isso para ficar perto de mim, pois sabia que, se dormisse, ia direto pro berço.
Mas não era fácil. Tinha dias que eu, vencida pelo cansaço, simplesmente a colocava ao meu lado, na cama minúscula de solteiro, e dormia ali, feito estátua, para não correr o risco de sufoca-la.
A grande verdade é que, com ou sem ela na cama, meu sono nunca mais foi o mesmo. Logo eu, que sempre tive uma quase morte ao invés de sono.
Algumas noites, antes dela desmamar (isso ocorreu aos 4 meses), eu a deixava mamando enquanto eu dormia. Quando eu acordava, me sentia a pior das criaturas, por correr o risco de matar minha pequena. 
Já houve ocasião em que eu cochilei com ela no colo, relaxei os braços, e acordei no susto, pois ela quase caiu.
Quando precisava fazer mamadeira, era pior! Precisava levantar no meio da noite inúmeras vezes, esquentar a mamadeira que já ficava pronta na geladeira, e dar a ela, sentada, para que não se engasgasse. Daí acabou a moleza de deitar com a teta pra fora e deixar ela mamar enquanto eu descansava. Depois da introdução das mamadeiras, eu tinha de me manter acordada, independente do nível do sono.

Tempos passaram, e as noites foram melhorando. Daí tive o Bernardo.
Tudo o que eu tinha "dado mau costume" pra Sabrina, pro Bernardo eu decidi não fazer. Acordava a noite, e assim que ele dormia, era berço. Se eu precisasse fazer isso a noite toda, eu fazia, em nome dele não pegar costume de dormir comigo.
Nessa época eu tinha acesso à internet, mas por ignorar que haviam informações úteis na rede, não busquei. E por isso, meu filho desmamou com apenas 1 mês de vida. Nem me passou pela cabeça buscar ajuda, pois pra mim, o leite secou, acabou, não voltava mais.
Então, além da minha decisão de coloca-lo sempre no berço, mesmo que não dormisse bem, afim de ter futuras noites de sono decentes, eu ainda ficava acordada fazendo mamadeira.
Bernardo realmente não ficava querendo minha cama, mas acordava muitas vezes, só pra ter um pouco de colinho e atenção. 

Quando tive a Melissa, eu já tinha entrado em grupos de mães, e percebi que não sabia de muitas coisas que poderiam me ajudar. Descobri que cama compartilhada não faz mal, pelo contrário, faz bem para: o bebê (que fica seguro e acorda menos), a mãe (que consegue descansar melhor) e ajuda na amamentação, pois é possível amamentar sem precisar levantar da cama.
Pensei em ver como minha filha seria, para depois decidir onde ela iria dormir.
Realmente, eu utilizei, e ainda utilizo muito compartilhar a cama, pois ela mamava demais, e eu precisava descansar para dar conta do dia seguinte.
Desde bem novinha, ela vinha pra minha cama, mamava já dormindo, e eu também dormia até ela acabar. Quando ela acabava, eu acordava e a colocava no carrinho, que ficava coladinho na minha cama. Preferi não deixa-la comigo a noite toda porque meu marido tem sono pesado, tive medo dele acabar ferindo nossa filha sem querer.
A pediatra tinha falado pra não amamentar deitada, e eu fui ler sobre. Descobri que mamar deitado no peito não é prejudicial. O leite materno combate infecções, e não poderia, por esse motivo, causar uma otite, se por acaso fosse parar no canal auditivo.
Então decidi, por bem do nosso sono, fazer cama compartilhada conforme a necessidade. Decidi que, quando ela tivesse segura, poderia ir para sua própria caminha, sem precisar voltar para a minha o tempo todo.
E não é que isso está acontecendo mais rápido do que eu esperava???
Melissa chora, eu pego e coloco no peito, ambas dormimos, ela mama e quando não quer mais, me empurra e vira pro outro lado. Nessa hora, eu sei que ela quer ficar a vontade em seu próprio cantinho, e a coloco no berço. Ali ela fica por horas dormindo tranquila, até sentir vontade de mamar outra vez.
Ela não mama outro leite a não ser o do peito, mas come super bem. 

Cheguei a conclusão de que os médicos as vezes podem acabar querendo se meter em um campo que não é o deles.. 
Percebi também que tem muita tradição que não passa de história de terror, para nos assustar. 
Então, se você sente necessidade de dormir junto com seu filho, se isso vai proporcionar uma boa noite de sono para todos, se livre dos preconceitos que você carrega em si por tanto tempo, e faça o que manda seu instinto!
Lembre-se que o ser humano é o único que quer que seu filhote durma sozinho. Bebês muito novinhos gostam de acordar perto de alguém, e não sozinhos em um berço, em outro quarto.
Se você é a favor da amamentação prolongada, a cama compartilhada pode ajudar muito, principalmente nos 6 primeiros meses. Depois que a criança passa a comer outras coisas, ela mama menos, e se for do desejo da mãe, já dá pra começar a introduzir a criança em seu próprio ambiente, aos poucos.

Não pensem que a criança nunca mais vai desgrudar, porque ela vai!

Melhor descoberta da minha vida! Me garantiu bastante tempo dormindo, tempo esse que eu passava acordada com as outras crianças.

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