sexta-feira, 5 de julho de 2013

Minha vida social depois da maternidade

Não sei se sou uma pessoa solitária de natureza, ou se não tenho muita sorte com as amizades. O fato é que, depois que me tornei mãe, muita gente desapareceu da minha vida como se eu fosse portadora de uma doença contagiosa e mortal.
Eu nunca fui uma pessoa tão popular, daquelas que conhecem meio mundo e tem sempre um convite em aberto para um almoço, um lanche, um passeio... Sempre tive muitos colegas, desses que a gente fica jogando conversa fora, mas amigos eram poucos, e ainda assim, fui decepcionada por muitos deles.
Pessoas que diziam me ver como uma "parente", nem ao menos se deram ao trabalho de ir conhecer os meus filhos, nem de mandar uma caixa de bombons ou um cartão, e me parabenizar por ter me tornado mãe, pois mesmo que eu tenha tido minha primeira filha tão nova, ela é um pedaço de mim! Uma alegria sem tamanho na minha vida!
Por um bom tempo, eu fui uma pessoa praticamente sozinha, só tinha minha família, que nem sempre poderia me acompanhar em tudo. Minha filha, a Sabrina, era minha companheirinha, pois eu a levava para o mercado, a farmácia, onde quer que eu fosse. Antes de engravidar, quando eu tinha uma porção de colegas, sempre convidava um ou outro para ir nesses lugares comigo. 
Um pouco antes do Bernardo nascer, eu conheci o Orkut, e retomei contato com algumas pessoas que haviam feito parte da minha vida. Percebi que algumas só sumiram porque tomaram rumos muito diferentes dos meus, porém, uma grande maioria, simplesmente nunca me consideraram o que diziam considerar. Eu era mãe, não poderia ficar visitando meio mundo carregando crianças pequenas. As pessoas deveriam entender, e me fazer visitas, se estavam interessadas em manter a amizade de fato, mas parece que não estavam.
Já no Orkut mesmo, excluí meio mundo, pois percebi que essas pessoas já não faziam parte da minha vida e não se interessavam em voltar a fazer um dia.
Mas o bom do Orkut é que, lá mesmo, fiz amizade com pessoas com quem eu gostava de conversar. Era mais fácil fazer amizades interessantes, pois as pessoas se dividiam por comunidades, então, era só entrar em uma comunidades do meu interesse, começar a postar sempre, e pronto, a coisa toda fluía naturalmente.
E foi assim que voltei a ter algo próximo de uma vida social.
Depois que o Orkut entrou em coma (ele ainda vive, mas tem pouca atividade por lá), veio a febre de Facebook. 
Confesso que no próprio Face, não fiz amizade nenhuma. Trouxe meus amigos do Orkut pro Facebook e continuamos a nossa amizade virtual.
Para mim, foi um alívio poder falar com pessoas do Brasil inteiro, sem precisar sair da minha casa. Como mãe, não tenho tempo de ficar saindo para beber com amigos em um "rolê" totalmente descontraído. Tenho filhos, tenho horário para voltar, e não posso exagerar na bebida, pois preciso cuidar deles. Depois de me tornar mãe, já saí, bebi, e tal, enquanto meus filhos estavam com a minha mãe sendo muito bem cuidados, mas foram raras as vezes que isso aconteceu, e sair pouco não é o suficiente para manter certas amizades.
Assim que engravidei da Melissa, tive certeza de que não poderia sair novamente tão cedo, o que me impediria de manter quaisquer amizades que exigissem tempo, então, se eu já não as tinha, agora é que não vou procurar mesmo.
Nas minhas fuçadas pela internet, descobri o Baby Center, que é tipo uma rede social de mamães, gravidinhas e tentantes. Me inscrevi e passei a participar de muitas comunidades.
Sinceramente, achei aquilo muito bom! Tem umas doidas que fazem coisas erradas, já briguei por lá e tal, mas no geral, deu para conhecer pessoas muito boas, muito inteligentes e divertidas, que se encontram na mesma situação que eu. Assim é muito mais fácil manter vínculos, com pessoas que fazem parte da nossa realidade!
Então, amizades virtuais foram se fazendo naturalmente entre pessoas que dividem pensamentos em comum, e que sabem das dificuldades umas das outras. Aliás, tirar dúvidas e compartilhar experiências com elas é maravilhoso! Sempre temos o que falar, e sabemos ouvi-las e entende-las na maior parte das vezes.
Hoje em dia, não vivo sem Facebook, não só para manter contato com familiares distantes, nem com amigos antigos que não tenho tempo de visitar e vice versa, mas também para conversar com essas pessoas maravilhosas que conhecemos nas redes sociais!
Já conheci pessoalmente gente com quem comecei amizade pela internet, (meu marido, por exemplo) e outros não conheci ainda. Tem gente que talvez eu nunca conheça, mas não tem problema. O que importa é que nos importamos uns com os outros, acompanhamos a vida da pessoa através de tudo o que ela posta, conversamos todos os dias e rimos juntos, independente de existir uma tela entre nós!
Sinceramente, os mais chatos podem dizer que esse tipo de relacionamento de hoje em dia não substitui o tradicional, que só existe se for pessoalmente vez ou outra, e no máximo, se usa um telefone ou uma rede social como uma extensão. Mas para mim, mãe de 3 filhos, 3 gatos e uma casa inteira para cuidar, se não fosse pela vida social virtual, eu não teria vida social nenhuma. 
Para mim, é melhor assim, pois sei que consigo manter contato e não abandonar ninguém, nem ser abandonada. 

PS.: Pra constar, a vida dos pais dos meus 2 primeiros filhos não mudou em basicamente nada. Por que será??? É preciso mudar essa situação, afinal, filhos que tem pai e mãe devem ser cuidados por ambos. Mas, como eu tenho filhos de pais diferentes, 3 pais diferentes pra lidar, ainda não encontrei o equilíbrio necessário para compartilhar a criação deles. Tenho muito prazer em cuidar deles, os amo mais que a mim mesma, mas os cuidados diários cansam, e seria bom poder compartilhar com o pai deles o lado B da maternidade. 

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